Manifestantes pró-democracia saíram hoje às ruas do Sudão para protestarem contra a tomada do poder pelos militares, enquanto os generais apertam o controlo sobre o país, apesar dos pedidos dos EUA e de outros governos ocidentais.
O recente golpe militar vai agravar a crise no Sudão, o que não impede este país de manter as portas abertas aos que fogem de outros conflitos, uma solidariedade reconhecida pelo pessoal da ajuda humanitária, como a luso-americana Paola Emerson.
O líder militar sudanês, general Abdel-Fattah al-Burhan, ordenou hoje a libertação de quatro ministros do Governo derrubado no golpe de Estado perpetrado em 25 de outubro, anunciou a televisão estatal sudanesa.
Várias dezenas de países exigiram hoje uma sessão especial do Conselho dos Direitos Humanos da ONU dedicada ao Sudão, onde a repressão exercida pelos militares que assumiram o poder já matou vários oponentes do golpe.
As forças de segurança sudanesas mataram hoje duas pessoas durante protestos contra o recente golpe militar no país, segundo um sindicato de médicos, apesar dos repetidos apelos do Ocidente aos novos governantes militares do Sudão para permitirem protestos pacíficos.
Os Estados Unidos da América (EUA) apelaram hoje aos militares do Sudão para não reprimirem violentamente os protestos planeados para sábado no país contra o golpe militar.
Seis portugueses que estão no Sudão, onde esta semana se registou um golpe militar, foram contactados pelas autoridades portuguesas e encontram-se "bem”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Pelo menos um manifestante morreu hoje e dois estão em estado crítico após confrontos perto da capital do Sudão, que marcam o quarto dia após o golpe militar que destituiu o Governo de transição, disse fonte médica.
Sete manifestantes morreram desde o golpe de Estado de segunda-feira no Sudão, disse à AFP o diretor do departamento de medicina legal do ministério da Saúde, Hicham Faquiri.
As manifestações mantêm-se nas ruas do Sudão em protesto contra o golpe de Estado militar e a prisão de dirigentes civis, nomeadamente do primeiro-ministro Abdallah Hamdonk, retido em casa.
Dez pessoas morreram e 140 ficaram feridas durante os protestos de segunda-feira contra o golpe militar no Sudão, anunciou hoje a Associação de Profissionais, que liderou em 2019 as manifestações que derrubaram o ditador Omar al-Bashir.
Um português a residir há um ano em Cartum, no Sudão, afirmou hoje que, após o golpe militar de segunda-feira, a cidade divide-se entre o silêncio da falta de funcionamento das instituições e comércio e o barulho dos protestos.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou hoje o "golpe militar em curso" no Sudão e apelou à libertação "imediata" do primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, detido esta manhã pelos militares e que se encontra em paradeiro desconhecido.
O presidente do Conselho Soberano, o mais alto órgão de poder no processo de transição do Sudão, general Abdelfatah al Burhan, dissolveu hoje o Governo e o próprio conselho, horas depois de os militares prenderem o primeiro-ministro.
Uma tentativa fracassada de golpe de Estado ocorreu na manhã de hoje no Sudão, noticiaram os meios de comunicação do Estado, sem identificar os autores da conspiração.
Chuvas torrenciais causaram hoje inundações repentinas por todo o Sudão, danificando milhares de habitações e submergindo uma parte da capital Cartum, constatou a agência France-Presse (AFP) no local.
Etiópia, Egito e Sudão retomaram hoje, em Kinshasa, República Democrática do Congo, as negociações sobre a barragem no Nilo Azul, uma central hidroelétrica considerada vital por Adis Abeba, mas vista como uma ameaça pelo Cairo e Cartum.
Egipto, Sudão e Etiópia não conseguiram hoje avanços nas conversações, lideradas pela União Africana (UA), para resolver a disputa sobre a controversa barragem que a Etiópia está a construir sobre o Nilo Azul, disseram os três países.
O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, disse hoje que os Estados Unidos vão tentar que sejam levantadas as sanções da ONU contra o Sudão, por causa do conflito do Darfur.
O Sudão vai ser retirado da lista de países apoiantes do terrorismo, anunciou hoje o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, numa medida que permitirá ao país africano voltar a ter acesso a empréstimos internacionais.
Cerca de 830 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas torrenciais e cheias devastadoras no Sudão, embora o caudal rio Nilo já esteja a diminuir há vários dias, revelou hoje fonte das Nações Unidas.
O Sudão declarou o país como alvo de um desastre natural e impôs um estado de emergência durante três meses, depois de chuvas intensas e cheias terem provocado a morte a 100 pessoas e a destruição de 100.000 habitações.
O Presidente deposto do Sudão, Omar al-Bashir, apresentou-se hoje ao tribunal, mas o julgamento foi suspenso até 11 de agosto logo após a abertura do processo em que o ex-chefe de Estado é acusado de conspiração no golpe de 1989.