"O anúncio pelas autoridades senegalesas de um adiamento indefinido das eleições presidenciais, marcadas para 25 de fevereiro, abre um período de incerteza no Senegal", defendeu, em comunicado, a UE.

O Presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou, no sábado, a revogação do decreto que convoca as eleições presidenciais, marcadas para 25 de fevereiro, a poucas horas do início da campanha eleitoral.

Na sequência desta revogação, o processo eleitoral foi adiado por tempo indeterminado, face à polémica levantada em torno da lista final de candidatos.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) já pediu a promoção do diálogo para garantir eleições inclusivas no Senegal.

"A União Europeia apoia a posição expressa pela CEDEAO e apela a todas as partes interessadas para que trabalhem, num clima pacífico, para realizar eleições transparentes, inclusivas e credíveis, o mais rapidamente possível e com respeito pelo Estado de direito, a fim de preservar a longa tradição de estabilidade e democracia no Senegal", referiu a UE.

A suspensão eleitoral é motivada por um "conflito aberto no contexto de um alegado caso de corrupção de juízes", referiu Sall, numa declaração televisiva.

O Presidente do Senegal disse ainda que a Assembleia Nacional avançou com uma investigação sobre o processo de seleção de candidatos.

Em causa poderá estar também a candidatura de Rose Wardini do partido Novo Senegal, que poderá ter nacionalidade francesa e senegalesa, o que irá contra as regras do país.

Esta é a primeira vez desde 1963 que uma eleição presidencial por sufrágio universal direto é adiada no Senegal, país vizinho da Guiné-Bissau.

PE (CSR) // CFF

Lusa/Fim