“O mesmo primeiro-ministro que não quis acordos, não quis diálogo, não quis conversa, quer agora que os outros partidos digam ámen às suas propostas sem sequer compreender que estes partidos também têm um programa eleitoral, ideias políticas e uma ideia para Portugal”, afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa, e recordou que desafiou várias vezes o PSD durante a campanha e na noite eleitoral das legislativas para estabelecer um acordo de governo que garantisse a estabilidade durante quatro anos.

“O primeiro-ministro disse que não, ‘sozinhos governaremos’, e agora vem-se queixar de que não consegue aprovar no parlamento as suas medidas”, criticou.

E considerou que a “acusação de que André Ventura e Pedro Nuno Santos estariam aliados para dificultar a vida ao Governo, para além de patética, mostra apenas a incapacidade para governar” de Luís Montenegro.

“O primeiro-ministro definiu o caminho que queria percorrer, sozinho, obstinado, arrogante e orgulhoso”, criticou, considerando que este “está a ser um dos governos mais incapazes da História em responder à esperança que os portugueses nele depositaram e na direita depositaram para fazer mudança séria em Portugal”.

Acusando o social-democrata de querer “governar fugindo às promessas” que fez durante a campanha, André Ventura salientou que para isso não conta com o Chega e defendeu que “quem fez promessas aos portugueses deve acima de tudo cumpri-las”.

O presidente do Chega garantiu que continuará “a fazer o que é melhor para os portugueses”, mesmo que isso signifique votar propostas no parlamento à revelia do Governo.

André Ventura referiu-se também a declarações de Hugo Soares no programa Expresso da Meia-noite, na SIC.

“Disse o líder parlamentar do PSD que o Chega falhou à sua palavra nos acordos que fez no parlamento. Quem falhou à sua palavra consistentemente nos últimos meses foi o Governo, porque os acordos que queria fazer com o Chega, apesar de andar a dizer ao país que não é não, em nada tinham que ver com as nossas propostas eleitorais nem com as que a AD tinha apresentado”, afirmou.

Neste ponto, o líder do Chega disse que “não há acordos nenhuns porque eles disseram que não é não”.

“O PSD falar de acordos é só para rirmos. Eu nem compreendo, se o PSD disse que não era não e que não havia acordo nenhum nem nenhuma conversa, não percebo que conversa é essa dos acordos que houve com o Chega. Sinceramente, não consigo compreender”, disse, rindo-se.

Afirmando que “o PSD quer o melhor dos mundos sem ter que ceder em absolutamente nada”, Ventura sustentou que isso não existe, e deixou um aviso: “o PSD lá sabe o que está a fazer, espero que saiba bem, porque o tempo está a correr muito rápido”.

O presidente do Chega afirmou ainda que, se a única coisa que o PSD quer “é continuar a governar como os socialistas, falhando todas as promessas, não contarão com o Chega”, desafiando Luís Montenegro a entender-se com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, para uma governação de bloco central.