"Eu quero crer que este ano nós iremos dar passos significativos relativamente à questão dos transportes. Melhorámos, podemos e devemos melhorar ainda mais", declarou o chefe do Governo, ao apresentar, na Praia, os tradicionais cumprimentos de Ano Novo ao Presidente da República, José Maria Neves.

Ulisses Correia e Silva reconheceu que ainda há procura não satisfeita por transportes no país, pelo que defendeu a "necessidade" de garantir "maior regularidade e maior cobertura", particularmente das ilhas mais isoladas, como Brava, São Nicolau ou Maio.

"Esta é uma das áreas em que nós podemos acelerar, nas condições que existem, e que nós devemos concretizar", afirmou, ao ser questionado pelos jornalistas, após este ter sido um dos desafios do país apontados pelo Presidente da República na sua intervenção na cerimónia.

Em termos concretos, e no que diz respeito aos transportes marítimos, o primeiro-ministro disse que o país e a concessionária Cabo Verde Interilhas devem aumentar a oferta, lembrando que há um processo em curso para aquisição de mais quatro barcos.

Nos transportes aéreos, reafirmou que o Governo vai introduzir, durante este ano, a obrigatoriedade de serviço público, que vai permitir definir "condições especiais" para ilhas com pouca população e baixo rendimento, mas que precisam de conectividade.

Correia e Silva disse esperar que 2024 seja um ano "concretizador" do programa do Governo, com "melhores níveis de satisfação", após um "período difícil" em termos de contexto externo.

"É muito importante para podermos estar preparados para enfrentar os choques externos que atingem de uma forma muito particular o país", declarou, pedindo ainda "boa complementaridade" de poderes.

Além de apontar os desafios, o Presidente da República elogiou os "ganhos" da governação em 2023, entre eles a seleção para um terceiro pacote de ajuda dos Estados Unidos da América e a preparação para a certificação da eliminação do paludismo por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS).

José Maria Neves enalteceu o facto de o Governo ter proclamado 2024 como o ano da saúde mental, entendendo que é importante o país mobilizar recursos, com parcerias entre os setores público e privado, para fazer face às doenças mentais no arquipélago.

O chefe de Estado cabo-verdiano iniciou hoje a receção dos habituais cumprimentos de Ano Novo dos restantes órgãos de soberania, do sistema judicial, dos partidos políticos com assento parlamentar, das autarquias locais, das instituições religiosas, das Forças Armadas, além do corpo diplomático acreditado no país.

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