Paulo Cafôfo sublinhou que o PS pretende "fazer o que nunca foi feito": concretizar a alternância de poder na região, que sempre foi governada pelos sociais-democratas, e “resolver aquilo que durante estes anos todos o PSD não teve a capacidade de resolver”.

O cabeça de lista e líder do PS/Madeira falava aos jornalistas na apresentação do programa eleitoral do partido, que decorreu numa unidade hoteleira do concelho de Santa Cruz.

Na área da habitação, o PS pretende implementar uma garantia pública da região para o financiamento a 100% do crédito à habitação, destacou Paulo Cafôfo, que também enumerou como prioridades na educação as creches gratuitas para todas as crianças e propinas gratuitas para os estudantes madeirenses do ensino superior.

Já no setor da saúde, os socialistas propõem “reduzir as listas de espera, garantindo tempos máximos de resposta garantido e esgotar a capacidade do Sesaram [Serviço Regional de Saúde] para depois, se isso não for ainda suficiente, contratualizar com os privados”.

No âmbito da mobilidade, Paulo Cafôfo prometeu lançar um concurso internacional para o ‘ferry’ entre a Madeira e o continente, assim como criar um passe regional único e gratuito para os menores de 25 anos e maiores de 60 anos.

O PS/Madeira inscreveu ainda no seu programa eleitoral a aplicação do diferencial fiscal de 30% no IRS e no IVA e o aumento do complemento regional para idosos de 80 para 150 euros.

“Temos estado sempre com o mesmo poder ao longo destes anos todos e é importante que outro partido, o Partido Socialista, possa assumir responsabilidades, que nunca aconteceu”, vincou Cafôfo, insistindo que no dia 26 de maio só há duas opções: a continuidade de Miguel Albuquerque à frente do Governo Regional (PSD/CDS-PP) ou um “virar de página” com o PS na liderança do executivo.

Paulo Cafôfo reiterou ainda que “votar nos partidos mais pequenos não é solução para os problemas”, argumentando que um voto em partidos como o Chega, CDS-PP, IL ou PAN “significa continuar o PSD e Miguel Albuquerque à frente do Governo [Regional] porque no dia a seguir às eleições vão-se juntar e vão formar Governo”.

Concorrem às eleições antecipadas na Região Autónoma da Madeira 13 partidos isolados e uma coligação de dois partidos: Alternativa Democrática (ADN), Bloco de Esquerda (BE), Partido Socialista (PS), Livre (L), Iniciativa Liberal (IL), Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV), Chega (CH), CDS – Partido Popular (CDS-PP), Partido da Terra (MPT), Partido Social-Democrata (PPD/PSD), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Trabalhista Português (PTP) e Juntos Pelo Povo (JPP).

As regionais de 26 de maio ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Posteriormente, Miguel Albuquerque apresentou a demissão, o que levou à queda do executivo.

As anteriores regionais realizaram-se em 24 de setembro, tendo concorrido duas coligações - PSD/CDS-PP e CDU (PCP/PEV) – e outros 11 partidos: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PAN, Livre e IL.

Entre os 47 mandatos atribuídos, a coligação PSD/CDS-PP conseguiu 23 deputados (20 social-democratas e três centristas), o PS elegeu 11, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN e o BE elegeram um deputado cada.