“Estamos fartos de reagir a banalidades difundidas sem qualquer prova. Este tipo de acusações desacredita quem as lança”, declarou Andrei Krutskikh, conselheiro do Presidente Vladimir Putin para os assuntos de cibersegurança, citado pela agência russa Interfax.

“Infelizmente, eles [os norte-americanos] não inventam nada de novo. Aconteça o que acontecer, falam de ‘hackers’. É sempre a mesma lengalenga. Não há, como sempre, nenhuma prova e as conclusões são feitas antes que qualquer inquérito seja sequer iniciado”, acrescentou, de acordo com a Interfax, citada pela agência France-Presse.

De acordo com a CNN, que cita como fonte investigadores norte-americanos, piratas russos estão na origem de um ataque informático realizado no final de maio contra a agência oficial de notícias do Qatar.

O objetivo da Rússia com este tipo de ataques é o de criar divisões entre os Estados Unidos e os seus aliados, de acordo com os investigadores.

Os investigadores do FBI, a polícia federal norte-americana, estão a ajudar o Qatar a determinar a origem do ataque contra a agência de notícias QNA.

As autoridades do Qatar afirmaram ter sido vítimas de ‘hackers’, que publicaram no portal na internet da QNA afirmações falsas atribuídas ao emir xeque Tamim bem Hamad Al-Thani.

Estas afirmações controversas rompiam com o consenso regional sobre vários temas sensíveis, designadamente o Irão, que era visto como um aliado estratégico. As declarações atribuídas ao emir continham também comentários negativos sobre as relações entre os EUA e o Qatar, apesar de este ser um importante aliado dos norte-americanos.

Na terça-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, deu um apoio tácito ao isolamento do Qatar pelos países da região, sugerindo que o pequeno Estado financiava grupos extremistas.

A Arábia Saudita e cinco dos seus aliados, entre os quais o Egito, romperam na segunda-feira as suas relações com o Qatar, acusado de apoiar o terrorismo, provocando uma crise diplomática importante no Médio Oriente.