“Tentámos de todas as maneiras. Testámos todos os tipos de métodos. Você tenta métodos não letais e não funcionam. Só nos restam estas más opções. É mau”, disse Benjamin Netanyahu, numa entrevista à rede televisiva CBS, gravada em Jerusalém.

Netanyahu justificou assim a morte de pelo menos 60 palestinianos na segunda-feira, na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, durante protestos contra a transferência da embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém, ordenada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Tentámos minimizar as vítimas, mas são eles que as provocam na tentativa de pressionar Israel”, disse, acrescentando que “eles [palestinianos] empurram civis, mulheres e crianças para a linha de fogo para conseguir vítimas”.

“Se o [movimento palestiniano] Hamas não os tivesse empurrado, não teria acontecido”, concluiu Netanyahu.

Um "grande dia para Israel" enquanto se morria na Faixa de Gaza
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Na reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na terça-feira, o enviado da ONU para o Médio Oriente, Nikolai Mladenov, responsabilizou Israel e o movimento palestiniano Hamas pela “tragédia sem justificação”. Mladenov frisou que Israel deve “calibrar o uso da força” e só utilizar meios letais como “último recurso”.

Na mesma reunião, os Estados Unidos isolaram-se na defesa de Israel contra uma indignação geral de várias nações.

Autoridades israelitas enviam ajuda humanitária para Gaza

Israel anunciou que oito camiões com ajuda humanitária entraram na terça-feira, na Faixa de Gaza, onde 60 palestinianos foram mortos pelo exército israelita em protestos contra a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém.

De acordo com as autoridades israelitas, 53 toneladas de equipamentos médicos já chegaram a Gaza, para onde será mais tarde enviado combustível.

Pelo menos 60 pessoas morreram e 2.771 ficaram feridos, metade deles atingidos por balas, de acordo com um balanço apresentado na terça-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Um porta-voz da OMS em Gaza, Mahmoud Dare, indicou que os hospitais e unidades de saúde estão sobrelotados e a debater-se com falta de medicamentos e equipamentos, situação agravada pelos sucessivos cortes no abastecimento de energia elétrica.

Segunda-feira foi o dia mais mortífero em Gaza desde a operação militar israelitade 2014, em que morreram mais de 2.000 palestinianos em 50 dias.

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