"Manda o bom senso, equilíbrio e os meus princípios éticos que agora tenha recato e não ande a comentar aquilo que quem me sucedeu está a fazer", afirmou Rui Rio, à entrada para a apresentação do livro "Assim vejo a minha vida", lançado recentemente pelo ex-presidente da Assembleia da República e antigo secretário-geral do PS, Eduardo Ferro Rodrigues.

Em declarações aos jornalistas, Rui Rio escusou-se a comentar as declarações do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho sobre a demissão de António Costa da chefia do Governo e a atual situação política.

"Não vou comentar nada que tenha a ver com o PSD, seja até o antigo líder", disse.

O ex-líder do PSD escusou-se ainda a comentar, por considerar que "há um dever ético", a decisão do Presidente da República de dissolver a Assembleia da República, a demissão de António Costa e o atual estado do sistema de justiça.

Rui Rio disse, no entanto, esperar que, "numa altura em que a sociedade está tão extremada e agressiva", a sua presença na apresentação do livro de Ferro Rodrigues sirva de exemplo.

"Acho que participar na apresentação de um livro de alguém que foi meu adversário toda a vida, que foi o meu primeiro grande adversário no parlamento (...) acho que é um exemplo poder vir apresentar o livro de um adversário político, que não é um inimigo, é um adversário. Hoje, em Portugal, a vida está muito radicalizada e, portanto, espero com este pequeno exemplo dar um contributo para as coisas acalmarem", afirmou.

"Estamos todos a fazer o que é melhor para Portugal e, nesse sentido, devemos respeitar quem tem ideias diferentes e hoje infelizmente isso tem-se esbatido muito. O discurso está completamente radicalizado, as pessoas comportam-se como tribos. Não há tribos, temos ideias diferentes, mas devemos respeitar", acrescentou.

Questionado se acreditava que o PSD poderia vencer as eleições legislativas de março de 2024, Rui Rio respondeu afirmativamente.

"Acho que sim, que tem hipóteses como é evidente", afirmou, não comentando, no entanto, se pretende regressar à vida política ou ajudar na campanha eleitoral.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 07 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.

A campanha eleitoral para as legislativas vai decorrer entre 25 de fevereiro e 08 de março.

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