A reunião tinha sido anunciada há várias semanas por Washington e Pequim, que admitiram um encontro entre os dois líderes à margem da cimeira d Aliança de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em São Francisco, mas as negociações prolongaram-se até à véspera do encontro, que começa no sábado.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse em comunicado que os líderes irão discutir a "importância contínua de manter linhas de comunicação abertas".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China confirmou hoje, também em comunicado, que Xi participará cimeira em São Francisco a convite de Biden, e concordou com a reunião bilateral EUA-China.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, reuniram-se na quinta-feira em São Francisco, no mais recente de uma série de compromissos de alto nível entre os dois países nos últimos meses, com o objetivo de aliviar as tensões diplomáticas.

Não se espera que a reunião entre Biden e Xi conduza a muitos anúncios importantes, se é que os há, e as diferenças entre as duas potências certamente não serão resolvidas.

Um funcionário da Casa Branca explicou que Biden está empenhado em "gerir a concorrência entre os dois países, evitando o risco negativo de conflito e garantindo que os canais de comunicação estão abertos".

As diferenças na já complicada relação entre os EUA e a China só se agravaram no último ano, com Pequim a irritar-se com os novos controlos de exportação dos EUA sobre tecnologia avançada.

Este ano, Biden ordenou o abate de um balão espião chinês depois de este ter atravessado o território continental dos Estados Unidos, aumentando as críticas de Pequim, agravadas com uma visita aos EUA da Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

No encontro, Biden deverá pressionar Xi a usar a influência da China sobre a Coreia do Norte, cujos testes nucleares têm sido alvo de críticas de Washington.

Espera-se também que o líder norte-americano informe Xi de que gostaria que a China utilizasse a sua crescente influência sobre o Irão para tornar claro que Teerão ou os seus representantes não devem tomar medidas que possam levar à expansão da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

Biden e Xi reuniram-se pela última vez há quase um ano, à margem da cimeira do G20, em Bali, na Indonésia.

RJP // APN

Lusa/Fim