"Os ataques armados por grupos terroristas em Cabo Delgado continuam a ser uma séria ameaça à paz, segurança, estabilidade do país e unicidade da nossa nação", afirmou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava na abertura da reunião da Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), um braço político da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de que Filipe Nyusi é presidente.

Considerou "inquestionável" o papel dos veteranos da luta contra o colonialismo português no combate aos insurgentes em Cabo Delgado.

O também presidente da Frelimo realçou que os antigos combatentes voltaram a pegar em armas e constituíram-se em "força local", para travar as incursões dos grupos terroristas na província.

"A força local trava duros combates e tem infligido pesadas baixas ao inimigo no teatro operacional norte [em Cabo Delgado], incluindo algumas das suas lideranças, que foram colocadas fora de combate pelos veteranos da luta de libertação nacional", enfatizou.

Ao lado das Forças de Defesa e Segurança e dos militares estrangeiros, a força local tem conseguido parar "massacres, destruição de infraestruturas e deslocamentos de populações", provocados pelos insurgentes, acrescentou.

O encontro da ACLLIN antecede a reunião do Comité Central da Frelimo, órgãos mais importante da força política no poder no intervalo entre congressos, agendado para sexta-feira e sábado.

Depois de vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados pela violência armada em Cabo Delgado, a província tem registado, há alguns meses, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, que têm limitado a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência, que desde dezembro voltou a recrudescer com vários ataques às populações e forças armadas, levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio primeiro do Ruanda, com mais de 2.000 militares, e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projetos de gás natural.

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