"Numa altura em que muitos judeus se sentem particularmente ameaçados, não toleramos a propaganda islamita nem as campanhas antissemitas e anti-israelitas", declarou a ministra do Interior, Nancy Faeser, em comunicado.

A operação policial tem como alvo o "Centro Islâmico de Hamburgo" e cinco outras organizações suspeitas de lhe estarem ligadas.

A Alemanha considera o Hezbollah uma organização terrorista e proibiu as suas atividades no país em abril de 2020.

As buscas têm como alvo 54 propriedades em várias regiões da Alemanha.

As atividades do centro destinam-se a difundir o "conceito revolucionário" dos mulás iranianos (educados na teologia islâmica), "suspeito de ser contrário à ordem constitucional na Alemanha", acrescenta-se na mesma nota.

O centro controla a mesquita Imam Ali, em Hamburgo. Os serviços de informação internos da Alemanha suspeitam que este "exerce uma forte influência" a partir dessa mesquita sobre outras mesquitas e associações, "até à tomada total do controlo", indicou o Ministério do Interior.

No seio deste movimento, "existem claras tendências antissemitas e anti-israelitas que são também propagadas através de vários canais mediáticos", acrescentou.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu proteger os judeus na Alemanha ao comemorar o 85.º aniversário do pogrom (perseguição) nazi da Noite dos Cristais, há uma semana, num contexto de ressurgimento de atos antissemitas desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas, no início de outubro.

A Alemanha e muitos outros países temem também que o conflito no Médio Oriente se reacenda, nomeadamente no Líbano, através do Hezbollah.

Desde o início da guerra, já se registaram confrontos entre o Hezbollah e Israel na zona fronteiriça entre os dois países.

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