"No dia 25 de outubro, os pilotos ucranianos já começaram a voar nos F-16. Até então, utilizavam simuladores que reproduziam integralmente o 'cockpit'", disse um porta-voz da Força Aérea dos Estados Unidos, citado pela agência independente ucraniana Unian.

Os pilotos ucranianos treinam da base de Morris da Guarda Aérea Nacional norte-americana em Tucson, estado do Arizona, que já formou pilotos de mais de vinte países.

A formação deverá durar "vários meses", sendo que o curso habitual geralmente dura pelo menos meio ano, mas, no caso dos pilotos ucranianos, segundo as autoridades norte-americanas, pode ser acelerado para atender às necessidades de Kiev na guerra que trava com a Rússia.

Além dos Estados Unidos, os pilotos ucranianos estão a receber formação em F-16 de uma coligação de países da NATO liderada por Dinamarca, Países Baixos e Estados Unidos e integrada também por Portugal.

Alguns dos membros da coligação já assumiram o compromisso de entregar estas aeronaves à Força Aérea de Kiev.

À medida que a guerra se prolonga e surgiu um novo conflito no Médio Oriente entre Israel e o movimento palestiniano Hamas, Kiev acelera a produção das suas próprias armas.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksi Danilov, declarou hoje que a Ucrânia aumentará em breve a sua própria produção, em empresas estatais e privadas localizadas em locais seguros.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também abordou hoje numa reunião com a liderança militar do país o fornecimento de armas de parceiros, bem como "a produção própria" e o "aumento das capacidades da indústria de defesa".

Enquanto o novo primeiro-ministro da Eslováquia, o populista Robert Fico, anunciou hoje que o seu país deixará de ajudar militarmente a Ucrânia, a Dinamarca anunciou que vai fornecer a Kiev equipamento no valor de 3,7 mil milhões de coroas (495 milhões de euros) e os Estados Unidos um novo pacote de armamento avaliado em 150 milhões de dólares (142,3 milhões de euros).

"Esta doação inclui tanques, veículos de combate de infantaria, munições de artilharia, 'drones' e armas ligeiras", informou o Ministério da Defesa dinamarquês em comunicado, dois dias após uma visita do titular da pasta, Troels Lund Poulsen, a Kiev.

A décima terceira doação dinamarquesa, em cooperação com a Alemanha, "confirma que a Ucrânia pode contar com o apoio inabalável da Dinamarca na sua luta pela liberdade", afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen, citado no comunicado.

"Esta doação também envia um sinal importante à Ucrânia e à Rússia de que não perderemos de vista o nosso objetivo, mesmo que a atenção do mundo esteja atualmente focada em Israel e na Palestina", acrescentou.

Também os Estados anunciaram hoje uma nova parcela de armas e equipamento, no valor de 150 milhões de dólares, "para ajudar a Ucrânia a ter sucesso no campo de batalha e a proteger o seu povo da invasão brutal da Rússia".

Segundo um comunicado do Departamento de Estado, o novo pacote inclui armamento de defesa aérea, artilharia, munições antitanque e outras capacidades que "irão reforçar ainda mais a capacidade da Ucrânia para defender o seu território contra as ofensivas russas, ao mesmo tempo que continua a sua contraofensiva".

A Ucrânia, apoiada pelo Ocidente, tem estado envolvida numa contraofensiva no leste e no sul desde junho, mas até agora apenas produziu resultados limitados.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e anexou regiões que representam quase 15% do território da Ucrânia, incluindo Donetsk e Lugansk, no leste, Kherson e Zaporijia, no sul.

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