"No geral, a votação está a decorrer normalmente, salvo lentidão em alguns municípios, como a Beira, na província de Sofala, situação que está a provocar agitação dos eleitores", referiu o consórcio numa nota de avaliação do processo, enviada à comunicação social.

Estas sextas eleições autárquicas contam com mais de 20.311 observadores nacionais e pelo menos 80 internacionais, das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique, além de mais de 866 jornalistas e 364 delegados de candidatura, de acordo com dados oficiais.

Segundo o consórcio Mais Integridade, que está a observar pelo menos 30 municípios, dos 65 existentes, as mesas de voto registaram uma "boa afluência nas primeiras horas", apesar de terem sido também registados "atrasos significativos" na abertura de alguns postos de votação.

Atraso na chegada do material, desordem na fila e falta de material estão entre algumas razões apontadas pelo consórcio para a demora na abertura de algumas mesas de voto.

"Apesar de o processo de abertura poder ser considerado calmo, no município de Nacala-Porto, em Nampula, registaram-se casos de vandalismo, com jovens a arremessarem pedras contra eleitores na fila", acrescentou o consórcio, referindo que foi necessária a intervenção da polícia.

Na nota, os observadores eleitorais queixaram-se ainda de terem sido impedidos de assistir o processo de abertura das mesas de voto em Insaca, na província do Niassa, e Nacala-Porto, em Nampula, ambas no norte de Moçambique.

Mais de 4,8 milhões de eleitores moçambicanos são chamados a escolher até às 18:00 locais (17:00 em Lisboa) 65 presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.

Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além das autárquicas, prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a escolha do novo Presidente do país, cargo ao qual o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.

Concorrem às eleições autárquicas mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos, tendo a CNE determinado 1.486 Locais de Constituição e Funcionamento das Assembleias de Voto e 6.875 mesas de Assembleia de Voto.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.

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