Numa nota enviada aos membros da agência e publicada pelos meios de comunicação social israelitas, Ronen Bar admitiu que, apesar de "uma série de ações levadas a cabo", estas não foram capazes de "gerar aviso suficiente para impedir o ataque".

"Como alguém que lidera a organização, a responsabilidade é minha", reconheceu Bar, que indicou que "haverá tempo para investigações".

"Agora estamos a lutar", garantiu o líder do Shin Bet.

O Hamas conseguiu contornar o aparelho de inteligência de Israel, com uma operação em que atacou por terra, mar e ar, sendo que este golpe que representa o maior fracasso militar da história do Estado israelita.

Num país com o Exército mais forte do Médio Oriente e as tecnologias de controlo mais avançadas do mundo, ver militantes palestinianos matarem e capturarem soldados, derrubarem a barreira de separação ou contornarem sensores de segurança sem resistência foi um pesadelo que se tornou realidade para os israelitas.

Entre os erros apontados estão falhas graves dos serviços secretos ou à falta de pessoal militar.

Segundo os 'media' do país, horas antes do ataque de 07 de outubro, a defesa israelita identificou um movimento inusitado na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, que motivou telefonemas entre altos funcionários, que no entanto ignoraram estes indícios.

Bar, segundo esta informação, dirigiu-se à sede do Shin Bet e determinou o envio de uma pequena equipa para a fronteira com Gaza, pensando que seria um ataque de pequena escala.

Pelo menos dez membros do Shin Bet morreram naquele dia, indicou a agência de inteligência.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel tem vindo a bombardear várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O número de mortes causadas pelos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza desde o ataque da milícia islamita Hamas, em 07 de outubro, já chega a 2.750 pessoas, além de se registarem 9.700 feridos, informou hoje o Ministério da Saúde palestiniano.

Além disso, desde o início da guerra, 58 palestinianos também foram mortos em confrontos com israelitas e 1.250 ficaram feridos na Cisjordânia ocupada.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está "em guerra" com o Hamas.

Telavive tem vindo a reunir tropas junto ao território da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo grupo islamita desde 2007, em preparação para uma provável ofensiva contra o Hamas.

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