"Da avaliação que nós fazemos sobre estes resultados, há uma demonstração de uma ascensão clara da base de popularidade do nosso partido", afirmou Roque Silva.

Silva falava durante uma conferência de imprensa sobre a proclamação dos resultados das eleições autárquicas pelo Conselho Constitucional (CC), na sexta-feira.

O secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) avançou que o partido conseguiu vencer em mais autarquias nas eleições de 11 de outubro deste ano do que no escrutínio de 2018.

"Das 53 autarquias que o país tinha [em 2018], a Frelimo tinha perdido em nove ganhando nos restantes, o que significa que a nossa vitória fixava-se na ordem de cerca de 83%", assinalou.

Roque Silva apelou aos partidos para aceitarem os resultados proclamados pelo CC, defendendo que a força política no poder aceita o desfecho nos escrutínios.

O CC, a última instância de recurso em processos eleitorais em Moçambique, proclamou na sexta-feira a Frelimo vencedora das eleições autárquicas de 11 de outubro em 56 municípios, contra os anteriores 64 anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), com a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, a vencer quatro, e mandou repetir eleições em outros quatro.

O presidente da Renamo, Ossufo Momade, disse hoje em Maputo que o partido não reconhece os resultados das eleições autárquicas proclamados pelo CC, convocando a população para manifestações.

"Em face desta vergonha para a democracia e a negação da vontade dos moçambicanos, o partido Renamo reitera que não reconhece os resultados divulgados", afirmou o presidente Momade, em conferência de imprensa.

A principal força política da oposição "encoraja todos os moçambicanos a prosseguirem com as manifestações", continuou.

Responsabilizou o Presidente da República e da Frelimo, Filipe Nyusi, o CC e os órgãos eleitorais pelas consequências que poderão resultaram das manifestações contra os resultados das eleições autárquicas, sem especificar o eventual efeito dessas ações populares.

Avançou que a Renamo vai recorrer a vários organismos internacionais para que a "verdade eleitoral" seja reposta, sustentando que "não pode haver uma democracia para Moçambique e outra para a União Europeia".

PMA // APN

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