"Não vai ser como antes", disse Katz, num comunicado sobre a medida a aplicar à população de Gaza, citado pela agência EFE.

Gaza depende de Israel para o seu fornecimento de eletricidade, bem como para a importação de combustível para alimentar a sua única central térmica.

Com esta medida, a Faixa de Gaza passa de 12 horas de fornecimento de energia elétrica por dia para apenas quatro, que é toda a energia que a sua central pode fornecer, desde que tenha combustível.

Por outro lado, segundo dados do Gabinete do Quarteto do Médio Oriente, criado em 2002 e constituído pelas Nações Unidas, União Europeia (UE), Estados Unidos da América e Rússia, os residentes de Gaza só têm eletricidade durante cinco a 15 horas por dia, e importam habitualmente até 120 megawatts (MW) da empresa pública israelita quando a central elétrica de Gaza, com capacidade teórica de 140 MW, fornece 60 a 80 MW num ciclo normal.

O grupo islâmico Hamas lançou hoje um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou hoje que Israel está "em guerra" com o Hamas.

Esta nova guerra causou mais de 100 mortes em Israel e mais de 1.100 feridos, enquanto os ataques aéreos de retaliação da aviação israelita custaram pelo menos 198 vidas e deixaram mais de 1.600 feridos em Gaza, segundo dados oficiais, números que deverão aumentar nas próximas horas.

Em 30 julho, milhares de pessoas saíram às ruas na Faixa de Gaza para protestar contra os cortes crónicos de energia e as difíceis condições de vida, numa rara demonstração pública de descontentamento com o governo do Hamas, que controla o território desde 2007.

Centenas de pessoas participaram em marchas na Cidade de Gaza, na cidade meridional de Khan Yunis e noutros locais, gritando "vergonha" e, num dos locais, queimando bandeiras do Hamas, antes de a polícia intervir e dispersar as concentrações.

A polícia destruiu telemóveis de pessoas que estavam a filmar, e testemunhas disseram que houve várias detenções em Khan Yunis, segundo a agência Associated Press.

As manifestações foram organizadas por um movimento promovido 'online' chamado "alvirus alsakher", ou "o vírus da zombaria", e desconhece-se quem está por detrás deste movimento.

Em 2007, o Hamas tomou o controlo de Gaza das forças do líder da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, o que levou Israel e o Egito a imporem um bloqueio ao território.

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação no Médio Oriente e a questão palestiniana realiza-se no domingo, na sequência deste novo conflito entre Israel e o Hamas, anunciou hoje em comunicado a ONU.

O Brasil, que atualmente ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), já tinha indicado que convocaria "uma reunião de emergência da organização" para tratar da situação em Israel e na Faixa de Gaza.

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