"Nós ficamos chocados com os horrores da guerra como todos ficam. Condenamos os crimes de guerra cometidos pelo Hamas e por Israel e reconhecemos historicamente o direito à autodeterminação da Palestina perante um país que ocupa, que mata e que faz uma limpeza étnica", respondeu Mariana Mortágua durante uma conferência de imprensa na sede do BE, em Lisboa.

Segundo a líder bloquista, "os horrores da guerra" chocam todas as pessoas, "numa guerra injusta e numa escalada que são os civis que têm mais a perder".

"O Bloco de Esquerda condena desde o primeiro momento, condenamos a morte de civis, condenamos o rapto de civis inocentes. Condenamos esses atos e esses crimes de guerra quando são cometidos pelo Hamas e quando são cometidos - e foram - pelo Estado de Israel", reiterou.

A Palestina "é um território ocupado" e "colonizado em desrespeito das leis internacionais e do acordo das Nações Unidas", criticou a bloquista.

"Israel viola o acordo das Nações Unidas e a lei internacional quando ocupou a Palestina e a Palestina é um território onde Israel está a cometer uma limpeza étnica, com ações de genocídio", condenou.

Mariana Mortágua insistiu ainda na ideia de que "a Palestina e os palestinianos têm o mesmo direito à autodeterminação que tem a Ucrânia" ou Timor, uma vez que este direito "não é seletivo" e "todos os povos que são ocupados têm o direito de defender o seu território".

"Não pode haver paz em apartheid, não pode haver paz quando um território é massacrado. A nossa preocupação é lutar pela paz e não permitir ações de retaliação que sirvam como desculpa para massacrar um território tão dizimado como Gaza ou como a Cisjordânia", disse ainda.

O grupo islamita Hamas lançou no sábado um ataque terrestre, marítimo e aéreo sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza, na maior escalada do conflito israelo-palestiniano em décadas.

Além de ter matado centenas de pessoas em Israel, o Hamas raptou mais de uma centena de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, território que controla desde 2006.

O ataque levou Israel a declarar guerra contra o grupo islamita palestiniano e a responder com bombardeamentos contra a Faixa de Gaza.

Desde então, o conflito provocou mais de 1.200 mortos do lado israelita e 1.055 em Gaza, segundo dados atualizados hoje pelas duas partes.

O Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela UE.

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