A iniciativa surge numa altura em que as autoridades chinesas estão cada vez mais preocupadas com a baixa taxa de natalidade do país, apesar da recente aprovação de medidas e campanhas para inverter a situação.

Segundo o Gabinete Nacional de Estatística (GNE), o inquérito vai abranger 500.000 agregados familiares selecionados em zonas urbanas e rurais da China continental e decorrerá até 15 de novembro.

O inquérito vai ter em conta tanto as pessoas que residem na morada inquirida como as que estão registadas na mesma morada, mas que não residem efetivamente no local no momento da entrevista.

Além das informações pessoais, o inquérito vai recolher dados sobre etnia, nível de educação, migração e mobilidade, emprego, estado civil, número de filhos e a situação da habitação, informou o GNE.

Em 2022, a China perdeu 850 mil pessoas, sem contar com as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong e residentes estrangeiros.

Foi o primeiro declínio populacional em mais de meio século, numa altura em que a queda na taxa de natalidade ameaça causar uma crise demográfica no país mais populoso do mundo.

Desde que abandonou a política do filho único, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso.

O maior custo de vida e com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio nos nascimentos.

No 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado há um ano, o partido no poder sublinhou que o país precisa de um sistema que "aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da educação dos filhos".

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou recentemente que as mulheres devem contribuir para a "harmonia familiar, a harmonia social, o desenvolvimento nacional e o progresso nacional".

De acordo com Xi, a China precisa de "cultivar ativamente uma nova cultura de casamento e maternidade e reforçar a orientação sobre os pontos de vista dos jovens relativamente ao casamento, ao parto e à família".

Pequim está também a preparar-se para o envelhecimento da sociedade, face ao aumento da percentagem de pessoas com mais de 60 anos - mais de 30% em 2035 - e anunciou recentemente medidas como a abertura de uma universidade para idosos, para "promover a aprendizagem ao longo da vida".

Em abril passado, as projeções da ONU indicavam que a vizinha Índia se tornaria o país mais populoso do mundo, ultrapassando a China.

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