O tribunal distrital central de Pest concluiu que a negligência do capitão ucraniano, Yuriy Chaplinsky, levou a que o seu barco, o 'Viking Sigyn', colidisse com o barco turístico 'Hableany' ('Sereia') por trás, fazendo-o afundar no rio Danúbio em apenas alguns segundos.

O capitão foi, no entanto, absolvido de 35 outras acusações por não-prestação de ajuda e ainda poderá recorrer da sentença de hoje.

A colisão aconteceu em 29 de maio de 2019, quando o 'Hableany', que transportava sobretudo turistas sul-coreanos, afundou após ser abalroado pelo muito maior 'Viking Sigyn' quando passavam sob a ponte Margit, em Budapeste.

Sete sul-coreanos foram resgatados da água durante a forte chuva que se seguiu à colisão e 27 pessoas foram recuperadas mortas, incluindo dois membros da tripulação húngara. Um sul-coreano continua desaparecido até hoje.

Alguns dos corpos das vítimas foram encontrados semanas depois do acidente a mais de 100 quilómetros.

O 'Hableany' passou mais de 12 dias submerso no local da colisão, perto do edifício neogótico do parlamento húngaro, antes de ser içado do leito do rio por um guindaste flutuante.

Chaplinsky, o capitão do 'Viking Sigyn', ficou sob custódia policial, tendo mesmo sido detido, em 2020, e ficado em prisão domiciliária na Hungria.

Parte do tempo que Chaplinksy já cumpriu contará para sua sentença de cinco anos.

Numa declaração final antes do anúncio da sentença, o capitão classificou a colisão como uma "tragédia horrível" e disse que as mortes de "tantas vítimas inocentes" o mantiveram acordado à noite.

"Isto vai ficar comigo para o resto da minha vida", garantiu.

Três funcionários da embaixada da Coreia do Sul em Budapeste estiveram presentes na leitura da sentença, mas nenhum familiar sul-coreano das vítimas compareceu à audiência.

PMC // APN

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