"É a melhor classificação de sempre de Cabo Verde", sublinhou Ulisses Correia e Silva, na Praia, ao reagir ao relatório divulgado na terça-feira pela Organização Não-Governamental (ONG) Transparência Internacional, que coloca o país no segundo lugar dos países menos corruptos de África da Subsariana, só atrás das Seychelles.

Com 64 pontos numa escala que vai dos zero (percecionado como muito corrupto) aos 100 (muito transparente), Cabo Verde é ainda o 31.º entre os 180 Estados e territórios considerados no relatório.

Para o chefe do Governo, a perceção da corrupção é um "posicionamento importante" para o país, mas disse que, para além da perceção, é a confiança e boa governança que Cabo Verde projeta na sua relação com os seus parceiros e com os investidores.

"Isto é importante, que consigamos manter este país com níveis baixos de corrupção e com elevados níveis de transparência", sustentou Correia e Silva, que respondeu taxativamente quando questionado se o país quer chegar ao topo: "É isso que nós vamos ser".

Na edição deste ano do Índice de Perceção da Corrupção (CPI, na sigla em inglês), destaca-se que Cabo Verde aprovou recentemente uma lei que cria uma plataforma eletrónica para os operadores judiciários, "a fim de reduzir atrasos e processos pendentes".

A tendência nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de seis pontos, e considerando os últimos 11 anos, a melhoria foi de quatro pontos.

O CPI foi criado pela Transparência Internacional em 1995 e é, desde então, uma referência na análise do fenómeno da corrupção, a partir da perceção de especialistas e executivos de negócios sobre os níveis de corrupção no setor público.

Trata-se de um índice composto, ou seja, resulta da combinação de fontes de análise de corrupção desenvolvidas por outras organizações independentes.

Em 2012, a organização reviu a metodologia usada para construir o índice, de forma a permitir a comparação das pontuações de um ano para o seguinte.

RIPE (EL) // JMC

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