"Em Cabo Verde, queremos atingir 1,5% do PIB de investimento na investigação científica, através de investimentos públicos e privados. Um conjunto de incentivos fiscais e financeiros foram criados recentemente para o efeito", afirmou o chefe do Governo.

Ao discursar no encerramento do primeiro Congresso Internacional sobre Ciência, Inovação e Desenvolvimento na Lusofonia, realizada na Universidade Lusófona, em São Vicente, o primeiro-ministro referiu que a Fundação para a Ciência, Inovação e Tecnologia e o Fundo de Investigação & Desenvolvimento, em fase de aprovação governamental, têm como objetivo captar e mobilizar investimento internacional e interno para o fomento da ciência.

Mas também para a formação de quadros "altamente competitivos", a inovação científica nacional e o fomento de publicações científicas e de extensão universitária.

"A intensificação da diplomacia educativa, científica e tecnológica deve garantir a densificação da cooperação internacional em matéria da educação, da investigação, inovação e mobilidade de investigadores e estudantes do ensino superior", frisou ainda Correia e Silva, defendendo, igualmente, a criação de um Erasmus da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), ideia partilhada com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa.

O primeiro-ministro cabo-verdiano disse que a reestruturação do Ensino Superior, das universidades públicas por áreas complementares de especialidade, que está a acontecer no país, tem como prioridade construir "respostas especializadas" às vocações regionais de desenvolvimento através do ensino, da investigação científica aplicada e da prestação de serviços especializados.

E deu como exemplo a criação do Campus do Mar em S. Vicente, a expansão da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) à ilha do Fogo ou a prevista criação do Instituto Superior de Aeronáutica e Turismo, na ilha do Sal.

"O Governo estimula as universidades, públicas e privadas, a abrirem-se à sociedade e às empresas, nacionais e estrangeiras, como instituições de promoção e transferência de conhecimento, ciência, tecnologia e investigação", mostrou.

Também considerou ser "fundamental" a produção de conhecimento científico, a investigação e desenvolvimento e a integração em redes de partilha de experiências e de boas práticas.

O encontro, que foi aberto na quarta-feira pelo Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, e teve a presença da vice-Presidente de Angola, Esperança da Costa, contou com cientistas e investigadores de Cabo Verde, Brasil, Portugal, Angola e Brasil.

Saúde global, investigação, transição energética e energias renováveis, o papel da sociedade civil e dos empresários no desenvolvimento científico, agricultura, turismo, património, educação e transformação digital foram alguns dos temas tratados durante o congresso.

Na declaração final, os participantes recomendaram, entre outros pontos, o aumento do investimento em investigação, diversificação das fontes e das origens de meios, criar infraestruturas de suporte, apoio e avaliação da produção científica, criar e apoiar a participação de investigadores em redes de trabalho internacional e uma "relação constante" entre académicos, cientistas, população e a cidadania.

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