"A maioria absoluta fechou hospitais e urgências, deixou Portugal numa crise de habitação e foi responsável pelo empobrecimento de uma vasta camada da população que perdeu poder de conta", frisou Mariana Mortágua em declarações aos jornalistas em Almada, no distrito de Setúbal.

Questionada sobre a possibilidade de o BE integrar uma nova geringonça, a líder do BE disse que a solução encontrada em 2015 foi boa, mas teve o seu contexto e o seu momento, admitindo contudo poder vir a determinar e a impor soluções tendo força eleitoral para o fazer.

"Vínhamos de um país de direita e de uma troika. Foi essa maioria que permitiu ao país olhar-se com dignidade e recuperar salários e pensões. O momento em que vivemos agora é de saída de uma maioria absoluta socialista que deixou os hospitais num caos, a habitação como uma impossibilidade para a maioria da população e determinou que muita gente que trabalho tenha perdido poder de compra", disse.

Mariana Mórtagua afirmou ainda que o BE é a garantia de que não haverá uma maioria de direita em Portugal e frisou a importância de agora serem feitas as contas à maioria absoluta socialista.

O candidato à liderança do PS Pedro Nuno Santos disse no domingo em Lisboa que "o que aconteceu em 2015 [a geringonça]" teve todo o seu apoio e que se houver condições para liderar uma maioria assim acontecerá.

Numa crítica aos candidatos à liderança socialista Pedro Nuno Santos e José Luis Carneiro, a líder do BE disse que ambos estão mais preocupados em reivindicar a herança da maioria absoluta do que em discutir os problemas.

"Para encontrar soluções é preciso compreender o que correu mal na maioria absoluta , de que forma degradou os serviços públicos e dificultou a vida das pessoas. O que vejo em vez deste balanço sério é uma disputa pela herança de um Governo que deixou os hospitais numa situação alarmante", disse.

A coordenadora do Bloco de Esquerda fez hoje uma viagem no Metro Sul do Tejo entre o Pragal e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no Monte da Caparica, em defesa do reforço dos transportes públicos.

Em declarações aos jornalistas, Mariana Mortágua defendeu a extensão do metro até à Costa da Caparica, criticando a não concretização dessa promessa por parte do Governo.

"Estamos na estação da universidade que é o fim de linha do metro sul do Tejo, deixando milhares de pessoas sem transporte alternativo. O Governo tinha prometido estender o metro de superfície até Costa da Caparica e essa promessa não foi cumprida", criticou.

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