"É porque não garante uma recuperação do poder de compra, é porque abandona o Serviço Nacional de Saúde, é porque abandona a escola pública e todos os serviços públicos e é porque não resolve a maior crise que enfrentamos, que é a crise da habitação, que o Bloco de Esquerda votará contra o Orçamento do Estado para 2024, que não apresenta soluções que achamos que são importantes e que respondam aos principais problemas que hoje enfrentamos", disse Mariana Mortágua, numa conferência de imprensa na sede do BE, em Lisboa, sobre o OE2024 apresentado na terça-feira pelo Governo.

A acusação que os bloquistas têm feito ao Governo ao longo destes últimos orçamentos, segundo Mariana Mortágua, é a de que o executivo socialista "se entretém numa sucessão de truques para enganar as pessoas", mas assim que "as contas são feitas" toda a gente "entende que as pessoas continuam a empobrecer".

O Governo apresentou na terça-feira o Orçamento do Estado de 2024 (OE2024) que revê em alta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, de 1,8% para 2,2%, e em baixa de 2,0% para 1,5% no próximo ano.

A taxa de desemprego é revista em alta para o próximo ano, prevendo agora 6,7% em 2024, face aos anteriores 6,4%.

Já quanto à inflação, o executivo está ligeiramente mais pessimista, prevendo que a taxa caia de 8,1% em 2022 para 5,3% em 2023 e 3,3% em 2024.

A proposta de lei prevê, igualmente, o melhor saldo orçamental em democracia, apontando-se 0,8% do PIB em 2023 e 0,2% em 2024.

A proposta do OE2024 será discutida e votada na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro, estando a votação final global agendada para 29 de novembro.

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