No gelo do Iowa foi Trump que aqueceu os republicanos. Aquecerá Biden os americanos?
Edição por Ana Maria Pimentel
A cada eleição o Iowa vinga-se do seu estatuto mais rural e anónimo e ganha um importante lugar na política americana. É daquele Estado que se dá o pontapé de saída na escolha dos candidatos à presidência americana. E nestas primárias tudo parece indicar que, depois do caucus reunido, os republicanos querem que Trump e as suas bandeiras voltem à Casa Branca.
Pouco antes das projeções da imprensa, que encabeça com grande margem, Trump apareceu numa convenção política no Iowa para mobilizar a sua base, repetindo a sua retórica anti-imigração, que foi recebida com aplausos.
“Fizemos um trabalho como, francamente, ninguém fazia há muito tempo. Quando eu estava na Casa Branca, não tínhamos terrorismo, não tínhamos pessoas a entrar no nosso país. Não tivemos uma invasão, com pessoas que, francamente, vêm de todo o mundo e de instituições mentais de todo o mundo”, disse o ex-Presidente.
A tendência de vitória de Trump é tão grande, e os republicanos querem tanto que faça a América grande outra vez, que o empresário de biotecnologia Vivek Ramaswamy suspendeu na segunda-feira a candidatura à indicação republicana para as presidenciais de 2024 e anunciou o apoio ao ex-Presidente Donald Trump, após um resultado dececionante nos 'caucus' do Iowa.
Contudo, De Santis - o oponente que ficou em segundo - diz não desistir e acredita que consegue fazer frente a Trump e, depois, a Biden. E não tem dúvidas que merece "a oportunidade de reverter a loucura que se tem visto no país. E de inverter o declínio".
Mas se os apoiantes fervorosos de Trump acreditam que ele é o maior defensor da moral, dos bons costumes e da justiça, parecem ignorar os inúmeros processos que o ex-Presidente tem a decorrer. Alguns deles, por aquilo que os seus apoiantes acreditariam ser desvios da moral, mas, claro, só se fosse outra pessoa a ser acusada.
Desde que deixou a presidência dos Estados Unidos, em janeiro de 2021, Donald Trump soma escândalos judiciais: fraude eleitoral, fraude fiscal, difamação, suborno, conspiração, obstrução à justiça. E segue. No espaço de menos de três meses já compareceu em tribunal duas vezes para ser formalmente indiciado. Mas nada parece derrubá-lo e, segundo as sondagens, vai à frente nas intenções de voto para as presidenciais de 2024. O ex-presidente garante que vai continuar na corrida à Casa Branca mesmo que venha a ser condenado. Mas poderá ser Presidente a partir da prisão? Sim, e já aconteceu.
*Com Lusa
A primeira rodada das primárias da eleição presidencial nos Estados Unidos da América confirmou a tendência que se antecipava: que Donald Trump vai ser o escolhido pelos republicanos para o duelo final, em 5 de novembro, com o democrata Joe Biden. Para a vasta base evangélica, Donald é o enviado de Jesus para salvar a América do colapso político e moral. Continuar a ler
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