“O leilão solar flutuante revelou-se um sucesso, com Portugal a bater um novo recorde ao registar o mais baixo preço da energia mundial”, indicou, em comunicado, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

Neste leilão foram atribuídos 183 MW, sendo que cerca de 56% foram adjudicados “na modalidade contrato por diferenças” (103 MW) e os restantes por compensação ao Sistema Elétrico Nacional (SEN), tendo existido aqui dois lotes com preço fixo.

Em causa, está um lote com o preço de 41,03 euros por megawatt/hora (MWh) e outro de -4,13 euros por MWh, que, segundo o executivo, corresponde à “tarifa mais baixa do mundo”, evidenciando um desconto de 110% à tarifa de referência inicialmente fixada.

Conforme apontou o ministério tutelado por Duarte Cordeiro, esta tarifa é inferior em cerca de 137% à mais baixa obtida no leilão solar realizado em 2020.

“Concluída esta fase do leilão, registam-se ganhos para os consumidores de eletricidade na ordem dos 114 milhões de euros a 15 anos, o que equivale a cerca de 7,6 milhões de euros/ano. Este valor corresponde a um ganho unitário de cerca de 620.000 euros por cada MW adjudicado (15 anos”)”, apontou.

No que concerne à modalidade de compensação do SEN, registou-se uma contribuição média ponderada de, aproximadamente, 47.400 euros por MW ao ano, “o que se traduz numa receita fixa e garantida para o SEN na ordem dos quatro milhões de euros/ano”.

A Finerge, produtora de energia renovável, anunciou ter vencido três lotes neste leilão do solar flutuante, que correspondem às albufeiras de Paradela, Salamonde e Vilar-Tabuaço.

Por sua vez, Endesa também anunciou hoje ter ganho o direito de ligação dos 42 MW leiloados na barragem do Alto Rabagão, Montalegre, para a instalação de um projeto de energia solar fotovoltaica flutuante com investimento de 115 milhões de euros.

Já a EDP, através da subsidiária EDP Renováveis, obteve o direito de ligação à rede de eletricidade para uma capacidade de 70 MVA (MegavoltAmpere), no Alqueva, o lote com maior capacidade de receção disponível, segundo os dados do Governo.

No comunicado, o Ministério do Ambiente divulgou que no lote que teve um licitante, o concorrente tem cinco dias úteis para fazer uma oferta melhorada, sendo que, caso esta seja de um valor igual ou superior ao valor atual líquido médio ponderado das ofertas adjudicadas para os lotes, a “Direção-Geral de Energia e Geologia deve atribuir ao concorrente o volume de capacidade de injeção indicado na sua oferta para o lote em causa”.

O Ministério do Ambiente ressalvou que estes resultados são preliminares e que se encontram em período de audiência prévia, podendo ainda ser acrescido o lote de Castelo de Bode, com 50 MW, do concorrente único.

“Este é mais um passo na intensificação do aproveitamento dos recursos solares nacionais e na consolidação da aposta de fontes renováveis, que permitem reduzir a fatura energética, assim como diminuir a dependência energética de fontes não renováveis”, concluiu.

O Governo decidiu leiloar a exploração de 263 MW de energia solar em sete barragens do país, dos quais estavam previstos 100 MW em Alqueva (em que acabam por ser leiloados 70 MW).

Segundo um despacho, na região hidrográfica do Tejo, foram leiloados, 50 MW em Castelo de Bode e 33 MW no Cabril, e na região Norte serão leiloados 42 MW no Alto Rabagão, 17 MW em Vilar-Tabuaço, 13 MW em Paradela e 8 MW em Salamonde.