“Os nossos associados tomaram uma decisão pragmática nestas circunstâncias, mas o facto de não termos convencido a British Airways a evitar todas as demissões é muito dececionante”, afirmou em comunicado o secretário-geral da Associação Britânica de Pilotos de Linha Aérea (BALPA), Brian Strutton.

Os pilotos irão ver o seu salário reduzido inicialmente em 20%, um corte que diminuirá para 8% nos próximos dois anos e chegará a zero no longo prazo, numa medida votada por 85% dos quase 4.300 pilotos da maior companhia aérea do Reino Unido.

A decisão visa responder à queda na procura causada pelo novo coronavírus, após negociações mantidas com os sindicatos desde abril, quando o proprietário IAG (International Airlines Group) sugeriu cortes de 12.000 postos laborais.

Apesar de a British Airways planear 1.255 demissões e a recontratação com outras condições de trabalho, a BALPA firmou um acordo que antecipa 270 despedimentos obrigatórios, que devem baixar com as medidas voluntárias de mitigação propostas, excluindo a possibilidade de “demissão e recontratação (com piores condições)”.

Os pontos acordados admitem a opção de trabalhar a meio tempo, despedimento com indemnização e licenças voluntárias, conforme explica a estrutura sindical.

A BALPA está a ponderar a criação de uma bolsa de 300 pilotos, que receberiam menor remuneração e estariam preparados para regressar ao trabalho assim que a procura aumentasse.

A decisão da BALPA é conhecida um dia após o IAG, que também controla as companhias espanholas Iberia, Level e Vueling e a irlandesa Aer Lingus, ter anunciado perdas de 3.806 milhões de euros no primeiro semestre de 2020 devido à pandemia.

O grupo espanhol e britânico transportou 20,38 milhões de passageiros entre janeiro e junho, menos 63,5% do que há um ano, enquanto os 508.000 viajantes no segundo trimestre de 2020 representam uma quebra de 98,4% relativamente ao período homólogo de 2019.