Com a seleção do novo presidente a ser coordenada pelo ministro belga das Finanças, Vincent Van Peteghem, na qualidade de atual responsável pelo Conselho de Governadores do BEI, este responsável enviou uma carta aos governantes europeus da tutela a propor o nome de Nadia Calviño, indicaram as fontes europeias à agência Lusa.

A discussão irá ocorrer na reunião dos ministros das Finanças da UE que se realiza em 08 de dezembro, mas antes, até segunda-feira, estes governantes devem indicar se se opõem à sugestão de Vincent Van Peteghem, que tem por base as suas consultas aos Estados-membros, adiantaram as mesmas fontes europeias, que tiveram acesso à carta.

A votação é feita por maioria qualificada, isto é, 18 votos a favor e 68% do capital subscrito.

Tal como a Lusa já tinha avançado em setembro passado, Portugal é um dos países da UE que apoia a candidatura da vice-presidente do governo espanhol e ministra da Economia, Comércio e Empresas.

Porém, outros países apoiavam antes a vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela pasta da concorrência, Margrethe Vestager, que era a principal adversária de Nadia Calviño nesta ‘corrida’ pela liderança do BEI, divisão que levou a vários meses de indecisão entre os Estados-membros da UE.

A estes dois nomes juntaram-se os do ex-ministro italiano Daniele Franco, da antiga ministra polaca e vice-presidente do BEI Teresa Czerwinska e do antigo ministro da Energia da Suécia e também atual vice-presidente da instituição Thomas Ostros, que também concorreram ao cargo.

No início de setembro passado, Margrethe Vestager anunciou que iria tirar uma licença sem vencimento para se concentrar na sua candidatura e, desde então, foi substituída por outros comissários nas suas pastas (incluindo na Concorrência).

Este que é hoje considerado um dos lugares de topo nas instituições da UE atrai, desta vez, o interesse de vários altos funcionários europeus, depois de ter sido liderado durante 12 anos pelo único candidato, o alemão Werner Hoyer, que cumpriu dois mandatos de seis anos e está agora de saída.

Este interesse renovado na liderança do BEI reflete uma nova página desta que é a maior instituição financeira multilateral do mundo em termos de ativos e que será crucial para apoiar a UE nas suas metas ‘verdes’ e digitais.

A decisão é tomada pelo Conselho de Governadores do BEI, constituído pelos ministros das Finanças de todos os países da UE.

Werner Hoyer, deixa o cargo no final do ano, pelo que os governantes têm até então de nomear um sucessor.

Detido pelos Estados-membros e sediado no Luxemburgo, o BEI é a instituição financeira do bloco comunitário, que suporta financeiramente projetos dentro e fora da UE alinhados com as prioridades europeias, como o crescimento e melhoria do emprego, o combate às alterações climáticas e a transição digital.

Tem atualmente fundos próprios de 78 mil milhões de euros, um balanço contabilístico de 544 mil milhões de euros e um capital subscrito de 249 mil milhões de euros.

Cabe ao presidente do BEI liderar decisões como a contração de empréstimos e a concessão de financiamentos, nomeadamente de empréstimos e de garantias.