Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa, numa cerimónia em que recebeu cumprimentos de boas festas por parte do Governo, concordou com António Costa na análise de que 2020 será um ano exigente.

"A professora Maria de Sousa costuma dizer que a exigência é uma sentinela que não pode dormir. E isso aplica-se bem ao próximo ano. De facto, independentemente da conjuntura europeia e mundial, no próximo ano serão votados dois dos quatro orçamentos desta legislatura", referiu.

O chefe de Estado assinalou que "metade dos orçamentos da legislatura é votada num ano" e considerou que isso "torna esse ano muito importante em termos financeiros e económicos e sociais para a vida dos portugueses".

"E eu espero que quando nos encontrarmos, daqui a um ano, aqui para os cumprimentos de boas festas, inevitavelmente em circunstâncias diferentes das atuais - qualquer que seja a circunstância - o que é facto é que espero podermos olhar para trás e dizer que foi um ano estável, politicamente estável, economicamente estável, financeiramente estável e institucionalmente estável. Isso seria bom", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que "seria ainda melhor" se no final de 2020 se constatar que "foi um ano que superou o ano anterior em termos de metas na vida dos portugueses".

No que respeita às suas relações institucionais com o Governo, o Presidente da República disse que "o ano que passou foi mais um de convivência e convivência estável e solidária" e que o tempo da legislatura anterior parece ter passado "muito rápido", mas "quando se viveu o dia a dia foi muito lento".

Dirigindo-se ao secretário-geral do PS e primeiro-ministro, prosseguiu: "Mas o que é facto é que passou uma legislatura. E os portugueses decidiram confiar em vossa excelência e no partido que lidera e confiar, não ilimitadamente, nunca o seria em democracia, mas confiar a responsabilidade de mais quatro anos de Governo do país".

Em 2020, além da votação de dois orçamentos do Estado, "começa a preparação da presidência da União Europeia" do primeiro semestre de 2021, realçou Marcelo Rebelo de Sousa, destacando também "os desafios respeitantes à alterações climáticas" que no seu entender vão "ocupar em cheio o ano que vem".

"Haverá cimeiras, como a da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Ibero-Americana, e a primeira que pode ser um passo muito importante em termos da nova estratégia no mundo que fala português. Tudo isto num só ano, o que torna o ano particularmente cheio e importante, e certamente intensamente vivido", completou.

O chefe de Estado recordou a anterior legislatura como um período "de estabilidade política, de estabilidade institucional, de estabilidade financeira e de estabilidade económica", embora lembrando que no início "havia ainda sinais de alguma instabilidade a nível internacional" e "a sociedade portuguesa estava razoavelmente dividida".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "isso dava uma sensação de instabilidade, que foi sendo superada politicamente, institucionalmente, financeiramente, economicamente no tempo".

(Notícia atualizada às 20h49)