“Hoje, em discussões detalhadas, o governo concordou numa posição coletiva sobre o futuro das nossas negociações com a UE. A nossa proposta vai criar uma zona de comércio livre entre o Reino Unido e a UE, que estabelece um conjunto comum de regras para produtos industriais e produtos agrícolas”, revelou Theresa May.

A solução, cujos pormenores serão publicados num Livro Branco na próxima semana, entende que sejam mantidos os níveis de exigência atualmente impostos por Bruxelas, mas quaisquer mudanças futuras terão de ser aprovadas pelo parlamento britânico.

“Assim, evitamos atritos em termos de comércio, o que protege empregos e fontes de subsistência, e também cumprimos os nossos compromissos na Irlanda do Norte”, acrescentou Theresa May.

O novo modelo vai também permitir que o país possa realizar novos acordos com outros países terceiros, uma condição para aqueles que têm feito campanha para que o país recupere o “controlo do dinheiro, leis e fronteiras” britânicos.

Num documento enviado à agência Lusa, o governo sugere a introdução faseada de um novo Acordo aduaneiro que eliminaria a necessidade de controlos e inspeções aduaneiras entre o Reino Unido e a UE como se fosse um só território aduaneiro.

“O Reino Unido aplicaria as tarifas do Reino Unido e a política comercial [britânica] para bens destinados ao Reino Unido, e as políticas tarifárias e comerciais da UE para bens destinados à UE – tornando-se operacionais por fases, enquanto ambas as partes completam os preparativos. Isto permitiria ao Reino Unido controlar as suas próprias taxas de comércio com o resto do mundo e garantiria que as empresas pagassem a taxa certa ou nenhuma – na maioria dos casos antecipadamente, ou através de um mecanismo de reembolso”, explica.

Porém, no final, o mesmo documento refere que, embora o governo continue empenhado em encontrar um acordo que promova “relações futuras boas e sustentáveis”, entende que deve acelerar os preparativos para todos os possíveis resultados das negociações, incluindo a hipótese de não se chegar a um acordo.

“Dado o curto período de tempo que resta antes da necessária conclusão das negociações neste outono, concordamos que os preparativos devem ser intensificados”, lê-se.

O documento foi produzido durante uma reunião hoje em Chequers Court, a casa de campo da primeira-ministra, onde esta se reuniu com alguns membros do governo com vista a chegar a um consenso sobre o modelo que vai ser proposto ao negociador chefe dos 27, Michel Barnier.

Várias empresas e associações empresariais lançaram um ultimato esta semana ao governo para clarificar as condições em que o país vai manter relações económicas e comerciais depois do ‘Brexit’.

Theresa May enfrentado divisões dentro do próprio núcleo duro do governo entre adeptos de um ‘Brexit’ “suave” que garanta o acesso ao mercado único ou união aduaneira e ministros que querem um divórcio mais radical, que ofereça maior liberdade para negociar acordos comerciais com países terceiros.

A saída do Reino Unido da União Europeia está agendada para 29 de março de 2019, a que se deverá seguir um período de execução até 31 de dezembro de 2020, mas as negociações chegaram a um impasse devido à falta de uma solução para evitar uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

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