Quase um ano depois da invasão da Rússia à Ucrânia - as tropas russas entraram em força no território ucraniano a 24 de fevereiro de 2022 -, o preço dos bens alimentares e de primeira necessidade não parou de aumentar.

De acordo com uma comparação de cabazes de compras, efetuado pela Deco Proteste, o mesmo “cabaz, contendo 63 alimentos essenciais”, custava, em 2022, 184 euros. Passando hoje a custar mais 45 euros, (229 euros) cerca de 25% mais em relação ao período homólogo.

Este é, diz a associação, o valor mais elevado desde começou a monitorizar os preços do cabaz alimentar, a 5 de janeiro do ano passado.

Entre os produtos essenciais, os que mais aumentaram foram a polpa de tomate (83%, mais 0,74 cêntimos), arroz carolino (73%, mais 0,83 cêntimos),  o carapau (72%, mais 2,38 euros), e a couve-coração (71%, mais 0,74 cêntimos).

Olhando para as categorias de alimentos, estes foram os aumentos a registar:

  • Carne: + 23%, cerca de 7,36 euros;
  • Congelados: mais 14%, cerca de 1,88 euros;
  • Frutas e legumes: 25%, cerca de 5,82 euros;
  • Lacticínios: 27%, cerca de 3,14 euros;
  • Peixe: 27%, cerca de 16,28 euros;
  • Produtos de mercearia: 25%, cerca de 10,55 euros.

Sabendo que o impacto da guerra contribuiu largamente para o aumento do custo de vida, este não foi o único fenómeno a ter impacto nos preços. As limitações ao nível das matérias-primas — gás natural, a eletricidade e os combustíveis —, tão necessários em toda a cadeia de produção e transporte de alimentos, também contribuíram para isso.

O resultado foram sucessivos aumentos na taxa de inflação que, todavia, desce consecutivamente há três meses, sem que isso tenha impacto nos preços ao consumidor. Por essa razão, a Deco pede "maior transparência na cadeia de abastecimento para que os consumidores entendam qual a justificação para o aumento dos preços de determinados produtos alimentares" e, ainda, um maior acompanhamento por parte do governo da evolução dos preços da alimentação.