Além de considerar que “os empregos de qualidade permanecem escassos”, o relatório “Dinâmicas do Desenvolvimento em África – Crescimento, Emprego e Desigualdade 2018″ aponta que o continente africano “experimentou fortes taxas de crescimento económico” no período analisado, com a média de 4,7% ao ano.

O relatório, o primeiro do género, elaborado pela UA e Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apresenta a América Latina e o Caribe com 2,8% de crescimento económico, enquanto o registo de desenvolvimento da Ásia (sem a China) superou pouco mais de 7%.

No continente africano, as razões do crescimento fundaram-se na “subida dos preços das matérias primas, a melhoria da gestão macroeconómica e as estratégias para diversificar as economias”.

Realça ainda o estudo que “muitos países investiram fortemente em infraestrutura pública” e que alguns “diversificaram também as suas parcerias comerciais, em particular com a China, a Índia e outros parceiros emergentes.

Apesar do crescimento, o estudo salienta a necessidade de os pouco mais de 50 países africanos “precisarem de fortalecer os impulsionadores de crescimento a longo prazo”, uma vez que o desenvolvimento económico “tem sido altamente volátil”, a despeito “do forte processo de acumulação de capital e da aquisição de novos parceiros comerciais”.

Por isso, apenas se prevê que “três nações africanas possam cumprir a meta de crescimento da Agenda 2063 [da UA] de 7% ao ano, no período de 2016/2020″.

A UA e a OCDE consideram que “os mercados globais e regionais oferecem novos caminhos para melhor crescimento” e preconizam que “a diversificação das exportações pode ajudar a África a melhor se integrar na economia global”.

Para isso, “os governos africanos podem fazer mais” para que as pequenas e médias empresas e os empreendedores possam “alcançar a produtividade global, especialmente através da construção de ligações industriais e do desenvolvimento de capacidade”.

Com “mais recursos financeiros mobilizados para os países em desenvolvimento”, os governos em África “podem melhorar as políticas fiscais, a recolha de receitas e aumentar a eficácia das políticas públicas”.

O estudo, que refere não ter o crescimento correspondido ao aumento de bem-estar no continente, salienta que “alguns governos podem não ser capazes de manter os atuais níveis de investimento público”.

No período de 2000 a 2017, a pobreza, avaliada no critério base de 1,9 dólares/dia (1,6 euros) por pessoa, reduziu em 42 países africanos, entre os quais São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

Apesar da descida de 15,9% em 2017, comparativamente com 2016, Moçambique apresenta ainda índice alto (68,7%) entre os países do sul de África, como Maláui (70,9%), Zâmbia (64,4%) e Lesoto (59,7%).

O relatório “Dinâmicas do Desenvolvimento em África – Crescimento, Emprego e Desigualdade 2018″, elaborado pela primeira vez em resultado de parceria entre a UA e a OCDE, analisa as relações entre crescimento, emprego e desigualdades no continente e as implicações nos quadros estratégicos.

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