A taxa, relativa aos jovens de 16 a 24 anos em áreas urbanas, tem vindo a subir nos últimos meses e atingiu 20,4% em abril, já então muito acima do valor de 13% registado em 2019, antes do início da pandemia da covid-19.

Em maio, a taxa de desemprego para a população ativa no geral era de 5,2%, inalterada em relação a abril.

Na China, a taxa de desemprego é calculada apenas para áreas urbanas e, portanto, fornece apenas uma imagem parcial da situação.

Também as vendas a retalho, o principal indicador do consumo das famílias, registaram um aumento homólogo de 12,7% em maio, inferior ao registado em abril (18,4%), de acordo com dados oficiais divulgados Gabinete.

Os analistas ouvidos pela agência Bloomberg esperavam um abrandamento mais moderado (13,7%), apesar do regresso dos clientes aos centros comerciais e restaurantes nos últimos meses, na sequência do levantamento das restrições sanitárias.

A fraca procura doméstica, apesar da inflação estar perto de zero, está a atrasar a recuperação económica.

A retoma da produção industrial também desacelerou em maio, crescendo 3,5% em termos anuais, contra 5,6% em abril, com as fábricas a voltar gradualmente à capacidade total, uma evolução já prevista pelos analistas.

Por seu turno, o investimento em ativos fixos também abrandou, registando entre janeiro e maio um aumento homólogo de 4%.

Trata-se de um indicador de gastos com imóveis, infraestruturas, equipamentos ou máquinas, setores nos quais o Governo chinês tem apostado para estimular a atividade económica.

Após anos de ‘boom’ económico e mobilidade social ascendente, que geraram expectativas renovadas, a economia chinesa passou a crescer ao ritmo mais lento desde os anos de 1970.

Em 2022, o ritmo de crescimento do produto interno bruto (PIB) chinês caiu para o segundo nível mais baixo em pelo menos quatro décadas, refletindo o impacto da política de ‘zero covid’ e uma crise no setor imobiliário.

Entretanto, a concorrência continua a aumentar: 11,58 milhões de novos licenciados vão ingressar no mercado de trabalho da China este verão, um valor recorde e um acréscimo de 820 mil face ao ano passado.

“A alta taxa de desemprego jovem da China não é transitória, mas estrutural”, apontou num relatório, divulgado no final de maio, o economista para a China do banco Credit Suisse, David Wang. “Existe uma incompatibilidade entre as qualificações que os jovens têm e as qualificações exigidas pelos empregos existentes disponíveis”, explicou.

As autoridades chinesas estão a experimentar diferentes medidas para resolver o problema, incluindo exigir que as empresas estatais contratem mais licenciados, ao mesmo tempo em que incentivam os jovens a trabalhar como operários ou a mudarem-se para o interior do país.