“O Conselho de Administração Executivo irá propor à Assembleia Geral de Acionistas, a distribuição de um dividendo relativo ao exercício de 2021 no valor de 0,19 euros por ação, em linha com o ano anterior, assim como com a política de dividendos estabelecida no plano estratégico 2021-2025”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em fevereiro, quando a EDP apresentou os resultados de 2021.

A EDP teve, no ano passado, lucros atribuíveis aos acionistas de 657 milhões de euros, uma redução de 18% em termos homólogos.

Enquanto decorre a reunião, trabalhadores da EDP vão estar em greve e concentrados junto à empresa, em Lisboa, contra a proposta de aumentos salariais de 0,6%, que representa seis euros para os escalões mais baixos.

Joaquim Gervásio, dirigente da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), disse à agência Lusa que na última reunião negocial, no dia 23, a empresa manteve a sua proposta de aumentos de 0,6%, o que levou os trabalhadores a marcarem a greve e a concentração junto à sede da EDP.

A Fiequimetal reivindica aumentos salariais de 70 euros por trabalhador.

“A empresa, ao manter a proposta de aumentos não deixou alternativa aos trabalhadores, pois trata-se de um valor completamente inaceitável, que daria cerca de seis euros aos escalões mais baixos, onde estão cerca de 500 trabalhadores”, afirmou Joaquim Gervásio.

O sindicalista realçou que “os acionistas do Grupo EDP vão atribuir a si próprios 750 milhões de euros de dividendos, valor superior aos lucros do ano” e, por isso, “os trabalhadores vão mostrar a sua indignação, reivindicando o aumento dos salários, a valorização das carreiras e dos direitos”.

A EDP teve em 2021 lucros atribuíveis aos acionistas de 657 milhões de euros, uma redução de 18% em termos homólogos, adiantou a empresa.

MPE (JNM/RRA) // CSJ

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