Em entrevista à SIC, Pinto da Costa começou por falar sobre esse tema quente da passada semana, nomeadamente desacatos entre sócios, mas foram vários os temas abordados pelo líder máximo dos azuis e brancos.

"Foi um momento desagradável, mau, ver sócios contra sócios e tenho de lamentar. Já tomámos todas as providências para que não volte a acontecer na próxima AG. Decorrem dois inquéritos, um nosso do Conselho Fiscal e outro do Ministério Público, para apurar os responsáveis. Não vou dizer quem são os responsáveis, mas houve fatores, através das redes sociais, incitamento a que as pessoas viessem em grupo, que filmassem o que pudessem, sinceramente não compreendi a intenção. Estava gente a mais e surgiu depois o plano C. Foi uma adesão anormal, tivemos de ir para o pavilhão, que era a última hipótese. Tanto havia condições que a AG retomou", começou por dizer o líder portista, salientando que foi  "o primeiro a falar e a explicar que nada tinha a ver com a comissão de estatutos", referindo também que "iria votar contra".

Pinto da Costa foi ainda convidado a comentar uma possível divisão entre associados, algo que negou. "Não vejo isso, estávamos apenas a discutir os estatutos. Não compreendo como isto virou em desacatos, mas acredito que foi uma alegria para muitos, em algumas televisões foi um forrobodó", disse, sem querer revelar se esta foi a pior noite desde que assumiu os dragões.

"A pior noite? "Foi uma noite má. Quando o FC Porto não ganha são más noites. Já vi muita coisa. Nos clubes, nas nossas casas e empresas há problemas. Às vezes há grandes problemas. Desgostou-me ver sócios que num problema interno entre sócios o transmitiram nas televisões fazendo daquilo uma vitória.".

Após o tema da Assembleia Geral, veio à tona o nome de André Villas-Boas, antigo treinador e putativo candidato às eleições do próximo ano, nomeadamente as declarações deste sobre a claque dos azuis e brancos, a quem apelidou de guarda pretoriana. "Existe uma claque, a mesma claque com os mesmos comportamentos de quando o André Villas-Boas era o treinador do FC Porto. Desde sempre os treinadores e jogadores vão cumprimentar a claque no fim dos jogos. Então nessa altura não era guarda pretoriana? Tem-se atacado os Super Dragões, mas fora dos jogos são como os outros, têm os mesmos direitos. Relação com AVB? Depois da sua saída se falei com ele três vezes...até me ofereceu um relógio. A última vez que o vi foi no funeral de Fernando Gomes", disse, comentando depois as declarações de AVB sobre o dia a dia do FC Porto. "Surpreende-me, tem um intuito qualquer, presumo que se queira candidatar à presidência, mas não comento", afirmou, abordando também a renovação de contrato com Sérgio Conceição, treinador dos azuis e brancos.

"Algum treinador de algum clube vai renovar o contrato sem saber com quem vai trabalhar? Há uma coisa que eu não quero, nem estou em período eleitoral, é envolver nenhum profissional nesta matéria", afirmou Pinto da Costa, sem querer revelar se será candidato nas próximas eleições.

"A coisa mais importante é chegar aos oitavos de final da Champions, a segunda é que no mês de dezembro possamos apresentar lucro e com capitais próprios positivos, ou perto de positivos, e terceiro a minha preocupação é que a nossa academia da Maia avance. Candidatura? Não faço ideia", disse.

Por último, Pinto da Costa comentou também a débil situação financeira do clube, revelando-se esperançado que já em dezembro haja um volte-face.

"É uma situação que está dentro da nossa estratégia, de forma a que no fim do ano fiquemos com contas positivas e capitais próprios positivos. Não posso dizer agora qual o número exato, mas foram calculados para que em dezembro possam estar as contas positivas e os capitais se não positivos, perto disso. Os 60 M€ do Otávio entram até dezembro nas nossas contas. Se vendêssemos o Otávio antes as contas estavam equilibradas, mas não vendemos e fizemos bem. Outros venderam jogadores, ganharam dinheiro e quantos pontos têm na Champions? Não vale a pena contar, é zero. Nós estamos a uma vitória dos oitavos. Por isso não vendemos. A qualificação é muito importante."

A concluir, Pinto da Costa revelou também que a venda do naming do estádio está em cima da mesa.

"É uma realidade. E hoje, curiosamente, quando há 20 anos quiseram por o meu nome no estádio e eu opus-me terminantemente, disse que iria complicar o negócio do naming no estádio. Qualquer empresa aceita Dragão, mas ninguém aceitaria Jorge Nuno Pinto da Costa Super Bock", afirmou, considerando que o valor desse naming andará "na base dos cinco ou seis milhões, a médio prazo.".