“Será um jogo difícil por tudo aquilo que é a equipa do Santa Clara, que está a fazer um campeonato bom, tem solidez defensiva e é experiente. Considero que, se estivesse na I Liga, estaria do meio da tabela para cima. Dentro das previsões, penso que vai estar um tempo difícil, com chuva e vento. Vi o último desafio do Santa Clara em casa e havia um relvado em muito mau estado. Não sei se a Federação Portuguesa de Futebol está a par dessa situação. É tudo dificuldade”, reconheceu o técnico, em conferência de imprensa.

O FC Porto, segundo clube mais titulado da Taça de Portugal, com 19 troféus, prossegue nos Açores a defesa de um troféu arrebatado em três ocasiões sob orientação de Sérgio Conceição, incluindo nas duas épocas anteriores, frente ao atual líder isolado da II Liga.

“Numa prova tão bonita como esta, devíamos sempre promover o espetáculo. Não sei em que condições vamos jogar. Isso poderá dificultar a vida das equipas e não falo só do FC Porto, pois é a mesma situação para o Santa Clara. Espero que tudo decorra de uma forma normal, mas pode tornar-se num jogo em que aquilo que as duas equipas fizerem relativamente ao futebol praticado pode não ser suficiente ou o mais importante”, vincou.

Envolvidos por um recorde absoluto de 17 triunfos consecutivos na Taça de Portugal, os ‘azuis e brancos’ vão tentar regressar às vitórias, quatro dias depois de terem falhado um inédito quinto êxito seguido esta época, ao empatarem em casa com o Rio Ave (0-0), na 20.ª jornada da I Liga, tendo ficado em ‘branco’ pela primeira vez ao fim de oito partidas.

“Estamos num bom momento. Acho que o último duelo não veio quebrar nada e mostrou que a equipa está bem. Há plena consciência de que o resultado foi negativo e temos de olhar para este jogo como uma final”, apontou Sérgio Conceição, que colocou sempre os ‘dragões’ entre os oito finalistas da Taça de Portugal desde a sua chegada, em 2017/18.

O FC Porto atrasou-se na perseguição à primeira posição do campeonato, que passou a ser comandado pelo campeão nacional Benfica, numa ronda marcada pelo adiamento da visita do então líder isolado Sporting ao Famalicão para data indeterminada, por causa da falta de elementos da PSP no estádio, face à entrega de um elevado número de baixas médicas.

“Se esse contexto desvirtua a luta pelo título? As equipas, os treinadores e os clubes têm experiência suficiente. Creio que os jogadores nem pensam nisso. O Sporting vai ter um duelo em atraso para fazer, que depende da forma como as duas equipas vão estar. Não acho que isso funcione de maneira positiva ou negativa em termos emocionais”, avaliou.

Esse jogo foi o único da I Liga a ser adiado até ao momento, após protestos em Lisboa e no Porto das forças de segurança, que exigem a atribuição de um suplemento de missão semelhante ao da Polícia Judiciária, com Sérgio Conceição a mostrar-se convicto de que “está tudo preparado” para que Santa Clara e FC Porto se defrontem sem contratempos.

“Logicamente, não iria ficar nada satisfeito por fazer uma viagem aos Açores, chegar lá e não se poder jogar. Depois, temos um calendário muito preenchido e encontrar uma nova data não é fácil. Por outro lado, há que respeitar o protesto de alguém que sente que não tem tudo o que merece e de um setor muito importante na nossa sociedade”, comentou.

O FC Porto, detentor do cetro, mede forças com o Santa Clara, em busca de uma inédita presença no lote de quatro finalistas, na quarta-feira, a partir das 16:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio de São Miguel, em Ponta Delgada, nos Açores, para os ‘quartos’ da Taça de Portugal, em jogo sob arbitragem de Gustavo Correia, da associação do Porto.