“O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou no dia 03/abr/2024 pelas 09:15 (UTC), nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, o levantamento da suspensão da negociação das ações Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, na sequência da divulgação de informação relevante ao mercado”, refere a CMVM em comunicado.

As negociações das ações da SAD dos ‘dragões’ tinham sido suspensas na terça-feira, e, após dois esclarecimentos do FC Porto no dia, um logo na manhã e outro mais ao final do dia, a CMVM acabou agora por levantar a suspensão.

Na segunda-feira, numa entrevista à estação televisiva SIC, Pinto da Costa, presidente e recandidato à liderança do FC Porto nas eleições de 27 de abril, tinha enaltecido uma futura entrada de capital oriunda do acordo selado por 15 anos com a empresa norte-americana Legends.

Depois de a CMVM determinar a suspensão das negociações, os ‘azuis e brancos’ explicaram que a FC Porto SAD projeta assinar contrato com a Legends em abril, arrecadando entre 60 e 70 milhões de euros (ME) pela negociação da exploração comercial do Estádio do Dragão.

Em comunicado submetido à CMVM, o FC Porto atualizou a informação que tinha transmitido horas antes ao regulador, na qual apontavam a assinatura desse vínculo com uma empresa internacional até 30 de junho.

O valor global “será registado de imediato” nas contas da FC Porto SAD, mesmo que o respetivo pagamento “possa não ser feito de forma integral no momento da assinatura”.

A parceria irá ser consubstanciada “na participação minoritária, de até 30%, numa nova empresa”, que vai explorar as receitas comerciais diretamente associadas ao Estádio do Dragão, entre as quais a bilhética ou os direitos de designação do recinto, entre outras.

“Uma vez que esta empresa integrará o perímetro de consolidação da FC Porto SAD, o valor desse capital injetado será incorporado nas contas consolidadas da sociedade. A empresa parceira do FC Porto irá receber uma parte — que serão previsivelmente 30% a título de dividendos – do resultado gerado pelos negócios, com total partilha de risco, dos quais se esperam um significativo crescimento, dada a experiência internacional que o parceiro aportará à estrutura comercial do Grupo FC Porto”, explicou a administração da SAD presidida por Pinto da Costa.

Pinto da Costa, que está a cumprir o 15.º mandato consecutivo e é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato batido em 2020, nas eleições dos órgãos sociais, em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.