Isto acontece porque os níveis de som atingidos durante o jogo se aproximam e excedem, por vezes, os limites de segurança recomendados, segundo um estudo internacional, feito com base na revisão de 14 artigos científicos dedicados ao assunto, divulgado esta terça-feira na revista British Medical Journal (BMJ).

Apesar disso, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), citada pelo jornal Público, esta perda auditiva, afeta cerca de 5% da população global, pode ser evitável, passando a criar medidas.

A publicação “Risco de perda auditiva induzida pelo som da exposição a videojogos ou e-sports” propõe que seja dada prioridade a medidas de saúde pública, nomeadamente iniciativas focadas na educação e consciencialização quanto aos potenciais riscos dos videojogos para o sistema auditivo. O objetivo será promover uma audição segura entre os jogadores.  Isto porque segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 5% da população global vive com perda auditiva, ou seja, cerca de 430 milhões de pessoas.

“Em termos de investigação, esta é uma área relativamente nova, cujo interesse está a aumentar. Esperamos que este estudo possa incentivar mais investigação sobre tópicos relacionados com o risco de perda auditiva e desenvolvimento de zumbidos entre jogadores”, explica a primeira autora do estudo, Lauren Dillard, também consultora na OMS, numa resposta escrita enviada ao diário.

Recorda, ainda, o trabalho já desenvolvido pela OMS nesta área, em colaboração com a União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês), para estabelecer um padrão global para uma audição segura em jogos. “Fazê-lo pode facilitar a mudança de comportamentos relacionada com a audição segura e, em última análise, prevenir casos desnecessários de perda auditiva”, diz a especialista.

Entre as medidas a integrar nesse padrão universal estão, segundo o Público: a inclusão de recursos que permitam aos jogadores selecionar configurações capazes de reduzir o risco de perda auditiva, assim como de ferramentas que permitam monitorizar a quantidade de som que está a ser consumida, enquanto os auscultadores estão a ser utilizados, além do fornecimento de informações aos utilizadores sobre os riscos e a importância de promover uma audição segura.

De acordo com o estudo, os videojogos concorrem para aumentar o risco de perda auditiva permanente e/ou zumbidos, uma vez que é comum, que os jogadores joguem com altas intensidades de som e durante várias horas seguidas. Sabe-se ainda que regra geral e entre as várias investigações revistas, os níveis sonoros médios dos videojogos quase excederam, ou ultrapassaram mesmo, os limites permitidos de exposição sonora.

A publicação conclui ainda que os rapazes (em comparação com as raparigas) jogam videojogos com mais frequência, durante períodos de tempo mais longos e com níveis de intensidade sonora mais elevados, porém nenhum estudo avaliou se a relação entre a perda auditiva e os videojogos diferiam por sexo.