Estas posições de Capoulas Santos, também presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Europeus, e da líder da bancada socialista foram transmitidas na parte final do debate da Comissão Permanente da Assembleia da República sobre a intervenção militar russa na Ucrânia. Um debate que contou com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Capoulas Santos, antigo ministro e eurodeputado socialista, considerou que o debate permitiu confirmar que “existe um amplo consenso na sociedade portuguesa e nas suas instituições políticas relativamente à condenação sem qualquer contemplação das autoridades russas”.

Depois, o deputado do PS estendeu esse consenso à própria política externa da União Europeia em relação à Rússia.

“Gostaria de aplaudir a forma como as instituições europeias têm vindo a reagir à situação criada pela Rússia, sempre com firmeza, mas com prudência e o gradualismo que as circunstâncias exigem. A unidade dos 27 [Estados-membros] até agora demonstrada — e que sempre é difícil de alcançar — e a boa articulação da União Europeia com os seus aliados extra-comunitários é um sinal de responsabilidade e de afirmação do projeto europeu que dá confiança para o futuro”, sustentou Capoulas Santos.

Já Ana Catarina Mendes repetiu uma expressão antes proferida por Augusto Santos Silva, dizendo: “Hoje somos todos ucranianos”.

“Esta madrugada ficará para a História como uma página negra. Que viu as imagens de homens e mulheres, velhos e novos, crianças, a fugirem à guerra não pode deixar de dar uma palavra de solidariedade e de profunda gratidão pela forma nobre como têm resistido às agressões silenciosas ao longo dos anos”, declarou.

A presidente do Grupo Parlamentar do PS caracterizou como “ilegal e gravíssima” a ação militar russa contra um país soberano, violando “as mais elementares regras do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas”.

“Este é um evidente ataque aos direitos humanos, à liberdade do povo ucraniano, aos princípios da ordem e da paz mundial. É mesmo um ataque à democracia e a todos os democratas”, sustentou Ana Catarina Mendes.

Para a presidente do Grupo Parlamentar do PS, “o alvo” do presidente russo vai para além das fronteiras ucraniana.

“O alvo é a paz, a estabilidade e a segurança na Europa. É a democracia e a liberdade que Putin não vê como aliadas, mas como ameaças ao seu poder autocrático, com o seu sonho de regresso ao império russo ou soviético”, acrescentou.