“Não temos medo de nenhum prognóstico, não temos medo de ninguém (…) porque vamos defender-nos”, afirmou Zelensky em Mariupol, uma cidade no leste da Ucrânia, perto da linha da frente dos separatistas pró-russos apoiados por Moscovo.

“Temos excelentes forças armadas” e “somos fortes porque estamos juntos, somos ucranianos”, prosseguiu o chefe de Estado vestido com uniforme militar por ocasião do “Dia de Unidade” decretado hoje.

O dia foi mencionado pelos serviços secretos norte-americanos como o do potencial início de uma ofensiva russa.

No início do dia, Zelensky tinha assistido a manobras do seu exército perto de Rivné, no oeste do país, durante as quais armas antitanque entregues pelo Ocidente foram usadas pela primeira vez.

“Obrigado por defenderem o nosso Estado. Quando olho para vocês tenho confiança”, disse aos militares presentes.

Há semanas que os países ocidentais se preocupam com os riscos de um ataque contra a Ucrânia por parte da Rússia, que juntou mais de 100.000 soldados nas fronteiras do país, uma situação explosiva no centro da pior crise com Moscovo desde o fim da Guerra Fria.

Após semanas de escalada, a Rússia, que nega qualquer plano de invasão, anunciou terça-feira a retirada de algumas das suas tropas, um passo atrás que os ocidentais e os ucranianos disseram não ter visto ainda na prática.

Zelensky, disse hoje, numa entrevista à rádio britânica BBC, que até ao momento não registou qualquer retirada de tropas russas das proximidades das fronteiras do seu país.

“Reagimos à realidade e, por enquanto, ainda não vimos qualquer retirada, só ouvimos falar dela”, disse Zelensky à BBC Radio 4.

“Quando as tropas retirarem, todos poderão vê-lo, não só os serviços de reconhecimento militar, mas todos nós”, acrescentou o Presidente ucraniano, que sublinhou que “todas as pessoas esperam que haja um apaziguamento” das tensões com a Rússia.

Sobre a ameaça de uma invasão, Zelensky disse que os ucranianos permanecem “calmos”, porque ” isto não começou ontem”, mas “já acontece há muitos anos”.