“Devido à tensão militar crescente junto às fronteiras da Ucrânia, não sendo de excluir um agravamento da situação de segurança, desaconselham-se as viagens para a Ucrânia que não sejam estritamente essenciais”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, num aviso publicado no Portal das Comunidades Portuguesas.

 "Em primeiro lugar, recomendamos vivamente que nenhum português que não precise de se deslocar à Ucrânia agora por razões estritamente indispensáveis, que não o faça. Recomendamos que não se realizem viagens à Ucrânia, a não ser aquelas estritamente essenciais", afirmou o ministro em declarações aos jornalistas.

Augusto Santos Silva falou a partir de Paris, onde está em deslocação oficial, afirmando ainda que o consulado e a embaixada na Ucrânia estão a recomendar aos cerca de 240 portugueses que aí residem que abandonem o país temporariamente, caso não tenham razões essenciais para ficar.

"Quanto aos portugueses que residem na Ucrânia, que são cerca de 240, a Embaixada e secção consular em Kiev estão em contacto permanente com todos eles. Aqueles que não tenham de permanecer por razões essenciais na Ucrânia, que ponderem afastar-se temporariamente desse país", reforçou Augusto Santos Silva.

Além dessa indicação, sem natureza vinculativa e suscetível de alteração a qualquer momento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros aconselhou que os cidadãos que se encontrem atualmente na Ucrânia e “se a sua presença não for absolutamente necessária” ponderem “sair temporariamente do país”.

“Não se recomendam quaisquer viagens para a região do Donbass [no sudeste da Ucrânia] ou para zonas próximas da fronteira com a Federação Russa e com a Bielorrússia”, avisou ainda o Governo português.

Marcelo Rebelo de Sousa  não se pronuncia em público

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje em França que a sua posição face à situação na Ucrânia é não se pronunciar em público sobre esta matéria, em qualquer momento, mesmo em Portugal.

Em declarações à comunicação social, em Paris, questionado sobre a notícia de que os Estados Unidos da América preveem que a Rússia inicie um ataque à Ucrânia dentro de dias, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não me vou pronunciar sobre essa matéria".

"É uma matéria em que eu tenho a posição que é não me pronunciar sobre ela, mesmo em Portugal. Porque são questões muito sensíveis. Vejam que não encontram chefes de Estado ou chefes de Governo a fazerem declarações públicas sobre essas matérias, fora de um quadro muito específico, que não é aquele que justifica que eu me pronuncie neste momento", acrescentou.

Interrogado se aconselha os portugueses que estão na Ucrânia a deixarem o país, o chefe de Estado disse: "Eu não aconselho coisa nenhuma sobre essa matéria".

"Portanto, não há pronúncia sobre esta matéria em público, quer neste momento, quer noutro momento, quer aqui nesta situação – que é de um encontro cultural entre Portugal e França – quer porventura noutra situação", reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava aos jornalistas após a inauguração de uma obra do artista plástico português Pedro Cabrita Reis, no âmbito da "Temporada Portugal-França 2022".

Perante a insistência para que comentasse a atual situação na Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a sua opção de não falar em público deste tema: "Já perceberam que eu tenho resistido a pronunciar-me sobre a matéria e estou a resistir a pronunciar-me sobre a matéria, o que quer dizer que entendo que não me devo pronunciar sobre ela".