Citada numa informação daquele instituto público, Margarida Chagunda, representante do Programa Nacional de Oftalmologia no Ministério da Saúde, refere que o atual “cenário é descrito por uma redução dos casos”, todas as semanas.

“Estes dados indicam que mais de 100 casos foram notificados só na província de Inhambane e cidade de Maputo, e algumas províncias não notificaram nenhum caso”, acrescentou.

“O controlo deste surto não depende só das instituições de saúde, porque, sendo uma doença altamente contagiosa, tem muito a ver também com a conduta que a comunidade está a ter. Sabemos que a transmissão é de pessoa a pessoa, através do contacto direto e indireto”, alertou ainda.

As autoridades sanitárias admitem ainda preocupação com a automedicação para a doença ou o recurso a tratamentos tradicionais, que já provocaram em todo o país vários casos de cegueira.

“A doença é benigna, cura por si só, basta seguir as medidas de higiene pessoal, como a lavagem frequente, com água e sabão, da cara e das mãos. Portanto, não há necessidade de alarme. Algumas pessoas usam a urina, e eu gostaria de reforçar que a urina é produzida través dos rins para eliminar aquilo que o organismo não precisa, incluindo substâncias tóxicas”, afirmou.

O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, alertou em 22 de março, em Maputo, que o surto de conjuntivite que afeta várias regiões do país está a condicionar a produtividade das empresas.

“A emergência do surto de conjuntivite está a afetar a produtividade laboral. As empresas têm estado a dispensar os funcionários afetados, que ficam mais de 15 dias em casa, afetando o desempenho das empresas”, disse Vuma, ao intervir na primeira sessão plenária ordinária da Comissão Consultiva do Trabalho, que também junta o Governo.

O Ministério da Saúde indicou anteriormente que as províncias de Nampula e de Sofala são as mais afetadas por este surto, bem como Maputo.

“As empresas são parte da sociedade, e como tal, têm responsabilidades, não somente pelo facto de o recurso mais precisos ser o trabalhador, mas também pelas famílias que são o garante do mercado para os produtos por si produzidos. Nesta senda, em jeito de solidariedade face à conjuntivite hemorrágica que está a afetar a nossa população, queremos apelar que a comunidade se una, e estejamos atentos às diretrizes emanadas pelas autoridades de saúde para mitigar a propagação deste mal e proteger a saúde de todos”, apelou Vuma.