Primeiro foram os Estados Unidos, mas a lista de países que recomenda aos seus cidadãos que vivem na Ucrânia que regressem ao país de origem é já extensa: Reino Unido, Países Baixos, Noruega, Israel, Japão, Nova Zelândia e Austrália são apenas alguns exemplos.

Também as instituições da União Europeia recomendaram ao seu pessoal não essencial na representação em Kiev que deixasse a Ucrânia e optassem pelo teletrabalho do estrangeiro.

Já Portugal apenas desaconselha viagens e sugere que quem esteja no país pondere “sair temporariamente”.

 "Em primeiro lugar, recomendamos vivamente que nenhum português que não precise de se deslocar à Ucrânia agora por razões estritamente indispensáveis, que não o faça. Recomendamos que não se realizem viagens à Ucrânia, a não ser aquelas estritamente essenciais", afirmou o ministro em declarações aos jornalistas.

Augusto Santos Silva falou a partir de Paris, onde está em deslocação oficial, afirmando ainda que o consulado e a embaixada na Ucrânia estão a recomendar aos cerca de 240 portugueses que aí residem que abandonem o país temporariamente, caso não tenham razões essenciais para ficar.

"Quanto aos portugueses que residem na Ucrânia, que são cerca de 240, a Embaixada e secção consular em Kiev estão em contacto permanente com todos eles. Aqueles que não tenham de permanecer por razões essenciais na Ucrânia, que ponderem afastar-se temporariamente desse país", reforçou Augusto Santos Silva.

Além dessa indicação, sem natureza vinculativa e suscetível de alteração a qualquer momento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros aconselhou que os cidadãos que se encontrem atualmente na Ucrânia e “se a sua presença não for absolutamente necessária” ponderem “sair temporariamente do país”.

Destaque também para a conversa telefónica de Putin e Biden, que durou cerca de uma hora.

Os Presidentes dos Estados Unidos e da Rússia falaram hoje ao telefone para discutir a situação na Ucrânia, num momento marcado pela crescente tensão sobre uma eventual invasão russa da ex-república soviética, com Biden a avisar Putin para “custos severos e rápidos” se Moscovo invadir a Ucrânia e o Kremlin a denunciar a “histeria dos Estados Unidos”.

Biden disse a Putin que, embora os EUA estejam preparados para resolver a questão pela via diplomática, estão "igualmente preparados" para outros cenários além da diplomacia.

Uma invasão russa da Ucrânia causaria "sofrimento humano generalizado" e reduziria o prestígio da Rússia no mundo, vincou Biden.

Por seu lado, o Kremlin, através de declarações à imprensa do conselheiro diplomático de Putin, Yuri Ushakov, denunciou o que considera ser a "histeria" norte-americana acerca da Ucrânia, mas acrescentou que os dois líderes decidiram “prosseguir os contactos entre ambos”.

"A histeria atingiu o seu apogeu. Nos últimos dias e horas, a situação foi levada ao absurdo", criticou Ushakov, dizendo que "os americanos estão a anunciar a própria data da invasão russa e, ao mesmo tempo, alimentam a força militar da Ucrânia".