O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico disse que Katerina Vladimirovna Tikhonova e Maria Vladimirovna Vorontsova, filhas de Putin, e Yekaterina Sergeyevna Vinokurova, filha de Lavrov, vão ficar proibidas de entrar em território britânico e terão bens congelados.

A medida vem alinhar o Reino Unido com os EUA e a União Europeia no “ataque aos estilos de vida luxuosos do círculo íntimo do Kremlin”.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o Reino Unido já aplicou sanções a mais de 1.200 pessoas e empresas, incluindo 76 oligarcas e 16 bancos com um património líquido global de 150.000 milhões de libras (180.000 milhões de euros) e 500.000 milhões de libras (600.000 milhões de euros), respetivamente.

A lista de russos sob sanções britânicas inclui também vários políticos e familiares, nomeadamente Polina Kovaleva, enteada de Serguei Lavrov.

O Governo britânico alega que a estratégia coordenada entre os países ocidentais já está a ter “consequências profundas e prejudiciais para a capacidade de Putin de continuar a guerra, com 275.000 milhões de libras (330.000 milhões de euros), cerca de 60% das reservas russas em moeda estrangeira, atualmente congeladas”.

Além de uma depressão económica profunda em 2022 e uma inflação galopante, a longo prazo “as previsões sugerem um impacto económico prolongado”, com um declínio económico resultante da falta de acesso à tecnologia e financiamento internacional”, refere o Ministério num comunicado.

O Governo britânico acredita que a indústria de defesa russa está a ser afetada, dificultando a produção de tanques e drones para substituir o equipamento perdido pelas forças russas na Ucrânia.

Mesmo assim, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, defendeu hoje ser necessário “fazer mais”, nomeadamente o fim do uso do uso da energia russa, “atingindo a capacidade de Putin de financiar a invasão ilegal e injustificada da Ucrânia”.

“Juntos, estamos a estrangular a máquina de guerra da Rússia, cortando as fontes de dinheiro de Putin”, disse, citada no comunicado.

A questão da redução da dependência europeia do petróleo, gás e carvão russos deverá ser tema de discussão na visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Londres, onde será recebido esta tarde pelo homólogo britânico, Boris Johnson.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou, pelo menos, 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.