Numa nota publicada na página da internet, a PGDL diz que o Departamento de Investigação e Ação Penal de Sintra acusou o arguido de 38 crimes de abuso sexual de criança, alegadamente cometidos no exercício das suas funções, sobre menores de ambos os sexos.

“Indiciou-se suficientemente que o arguido, após os primeiros contactos com as vítimas, com dificuldades e atrasos na verbalização, iniciava com elas aquilo a que chamava de ‘uma brincadeira de cócegas’ ou ‘uma brincadeira de festinhas’, incutindo nas crianças de que se tratava de ‘um segredo’ entre eles, que não poderiam partilhar com ninguém”, frisa a PGDL.

Após ganhar mais confiança dos menores, o homem “avançou” nos abusos sexuais.

“Os atos foram praticados pelo arguido em instituições na área da Comarca de Lisboa Oeste (Sintra), onde o mesmo exercia funções, para onde as crianças eram encaminhadas pelos centros de saúde para lhes serem ministradas sessões de terapia da fala”, relata a nota.

Os supostos crimes foram praticados entre setembro de 2013 e 26 de maio de 2015, data em que o arguido foi detido e ficou prisão preventiva, medida de coação que ainda mantém.

Na acusação, deduzida a 25 de maio, o Ministério Público pediu a condenação do arguido na pena acessória de proibição de exercício de funções de técnico de diagnóstico e terapeuta da fala e pediu a recolha de ADN em caso de condenação por crime doloso com pena concreta de prisão igual ou superior a três anos.

O homem tinha cédula profissional emitida pela Administração Central do Sistema de Saúde.

Aquando da detenção, fonte da Polícia Judiciária explicou à agência Lusa que as vítimas eram pacientes do suspeito, de 29 anos, e que os crimes ocorreram no interior do consultório do presumível autor.