Globalmente, 82% dos entrevistados considera que concessões destas não devem ser feitas em nenhuma circunstância, mesmo correndo o risco de prolongar a guerra, enquanto 10% consideram admissível “abandonar” territórios para alcançar a paz mais rapidamente ou para preservar a independência da Ucrânia.

No entanto, a percentagem varia consoante a região e no leste do país, cenário de intensos combates, 68% dos entrevistados opõem-se a cedência de territórios, enquanto 19% apoiam essa possibilidade.

Os sociólogos do instituto sublinharam que, das pessoas que vivem em territórios ocupados pelo Exército russo ou por forças pró-russas após o início da invasão em 24 de fevereiro, 77% são contra concessões, enquanto 18% estão dispostas a fazê-las.

Das pessoas que fugiram dos territórios ocupados após o início da guerra, apenas 5% admitem a cedência de territórios.

A sondagem, com uma amostra de 2.000 pessoas, todas residentes nos territórios controlados pela Ucrânia antes de 24 de fevereiro — ou seja, excluindo a península da Crimeia e parte das regiões de Donetsk e Lugansk — foi realizado entre 13 e 15 de maio.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que perdura e já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas — cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.