A informação foi publicada por amigos na conta da jornalista no Telegram e mais tarde confirmada pelo seu advogado, Dmitri Zakhvatov, em declarações à agência Ria-Novosti, dizendo desconhecer onde está a sua cliente.

A mensagem no Telegram é acompanhada por três votos em que se vê a jornalista, de 44 anos, a entrar para uma carrinha branca, levada por dois polícias.

O advogado acrescentou que a detenção pode estar relacionada, de uma maneira ou de outra, com o protesto da jornalista, em março.

Em 14 de março, Marina Ovsiannikova – filha de pai ucraniano e mãe russa – entrou no estúdio de televisão durante o noticiário Vremya (Tempo), do Canal 1, mostrando, atrás da ‘pivot’, um cartaz com a mensagem “Não à guerra. Ponham fim à guerra. Não acreditem na propaganda. Aqui, estão a mentir-vos. Russos contra a guerra”.

Em seguida, foi detida pela polícia e, posteriormente, libertada. A jornalista deixou o canal de televisão em 17 de março, por sua vontade, conforme declarou numa entrevista à emissora France 24.

Em 20 de março, Marina Ovsiannikova voltou a apelar ao povo russo para que denunciasse a ofensiva do exército de Moscovo na Ucrânia.

“Os tempos são muito sombrios e muito difíceis e todas as pessoas que têm uma opinião cívica, e que querem que essa opinião seja conhecida, devem fazer ouvir a sua voz. É muito importante”, disse então numa entrevista ao canal de televisão norte-americano ABC.

A jornalista defendeu que “o povo russo é realmente contra a guerra”, considerando que esta é “a guerra de Putin, não a guerra popular russa”.

Em 25 de março, foi multada em 50.000 rublos (cerca de 460 euros) por descredibilizar as Forças Armadas.