Segundo a página eletrónica do jornal O Globo, detalhes da denúncia conhecidos agora revelam que, segundo Janot, as investigações conseguiram provar trocas de mensagens e telefonemas mostrando que Dilma alertou o casal de “marqueteiros” (publicitários) João Santana e Mônica Moura, ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), do risco de prisão.

A denúncia vai em sentido oposto ao que Dilma Rousseff alegou a 12 de maio, quando o teor da ‘delação premiada’ (concessão de favorecimentos em troca de informações para um determinado processo judicial) do casal veio a público.

Na época, Dilma divulgou um comunicado a dizer que “é fantasiosa a versão de que a Presidente eleita informava delatores sobre o andamento da Lava Jato (operação que investiga ainda hoje um grande esquema de corrupção que envolve também a petrolífera Petrobras)”.

A novidade agora é que, segundo Janot, as investigações “confirmaram diversos telefonemas trocados entre Mônica Moura e extensões registadas em nome da Presidência no período dos fatos. A adoção de tais medidas permitiu que João Santana e Mônica Regina Cunha Moura se precavessem contra diligências investigatórias como buscas e apreensões e prisões”.

Segundo Rodrigo Janot, os dados recolhidos comprovam a existência também de três e-mails.

O casal João Santana e Mônica Moura foi alvo da operação Lava Jato, pela primeira vez, na 23ª fase, lançada em fevereiro de 2016. Ambos já foram condenados pelo juiz federal Sérgio Moro num processo por branqueamento de capitais no âmbito da mesma investigação em fevereiro de 2017.

O publicitário João Santana trabalhou nas campanhas presidenciais de Lula da Silva e Dilma Rousseff.

No dia 6 de setembro, o Procurador-Geral Rodrigo Janot denunciou o ex-Presidente Lula da Silva, a ex-Presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro Aloizio Mercadante por obstrução da justiça em várias investigações.