Este é "mais um Natal em que temos de viver com todas as cautelas" e "o melhor presente que podemos oferecer aos nossos familiares é proteger a sua saúde", começou por dizer António Costa, recordando que passou, em 2020, a sua noite de Natal em isolamento profilático, "longe da minha mulher, dos meus filhos, da minha mãe, de toda a minha família".

Mas "todos sabemos que verdadeiramente difícil é a dor de quem sofre a perda de um ente querido, ou as provações de quem está doente, muitas vezes carecendo de internamento hospitalar", assinalou. "Estas são as dores e provações que nenhum de nós quer sofrer".

António Costa salientou que estes dois anos de pandemia mostraram como "cada um de nós só se protege protegendo os outros". "É este espírito fraterno" que "tem reforçado o nosso sentido de comunidade".

Nesse sentido, o primeiro-ministro agradeceu "o extraordinário civismo dos portugueses, na adoção das medidas de segurança ou na adesão em massa à vacinação".

Costa salientou que "quase toda a população maior de 12 anos está vacinada e já 2,5 milhões receberam a dose de reforço e se iniciou a vacinação das crianças entre os 12 e os 5 anos".

O primeiro-ministrou deixou ainda uma palavra aos profissionais de saúde que, "depois do incansável trabalho em 2020" e "da dramática vaga que tiveram de enfrentar em janeiro e fevereiro deste ano", "foram mais uma vez inexcedíveis na notável operação de vacinação".

"Posso falar em nome de todos os portugueses, sem exceção, dirigindo a todos os profissionais de saúde um muito, muito obrigado", disse, acrescentando que os últimos dois anos de governação reforçaram o seu "orgulho" nos portugueses e a sua "confiança" no serviço nacional de saúde.

Reconhecendo a vacina como "a arma mais eficaz no combate à pandemia", António Costa lembrou, todavia, que "esta guerra ainda não acabou". "Como sabemos há milhões de seres humanos em todo o mundo que ainda não tiveram acesso à vacina e, enquanto assim for, o vírus continuará ativo e persistirá o risco de se transformar em novas variantes".

Assim, defende, "é fundamental acelerar a vacinação à escala global e prosseguir o reforço vacinal aqui em Portugal".

O primeiro-ministro salientou ainda que a pandemia "não afetou apenas a nossa saúde", mas "tem tido um impacto brutal na sociedade", quer educação, nas empresas, na cultura, no desporto, emprego e rendimento das famílias, enunciou.

"Seguramente não conseguimos chegar sempre a tempo nem sarámos todas as feridas", assumiu Costa, colocando "o foco no esforço nacional de recuperação", assente num povo "capaz de se superar, de encarar o futuro com esperança, continuando a ser extraordinário nos tempos de normalidade e tranquilidade porque todos ansiamos".

No final desta mensagem de Natal, António Costa explicou que "teria muito mais a dizer", mas que lhe cabe ser "comedido", tendo optado assim por se centrar "no que mais nos preocupa e a todos nos une: o combate à pandemia".

A última palavra do primeiro-ministro foi dirigida a todos aqueles que nesta época de festas, pela natureza dos trabalhos que desenvolvem, não puderam celebrar com as suas famílias o Natal.