O Jornal de Notícias escreve que a 19 de julho, nem uma hora depois do governo do despacho, que prolongava o estado de alerta até 21 de julho, e já depois da 00h00, o empresário e DJ Kamala enviou um e-mail a pedir uma excepção à Câmara de Lisboa, de forma a que pudesse realizar-se, como programada, a festa "Dee­jay Kamala 360" na Tapada da Ajuda.

No e-mail, com o assunto "pedido de exceção", o empresário argumentava que o evento iria decorrer com "vigilantes e seguranças que controlam entradas e saídas, faremos questão de ter bombeiros para acautelar qualquer tipo de ocorrência", acrescentou.

Por outro lado, as previsões apontavam para "uma acentuada baixa de temperatura" e o evento ia realizar-se "entre as 18 e as 22 horas, fora da hora habitual de calor".

A exceção viria a ser aprovada no dia do evento, pelas 13h00, pelo vereador Ângelo Pereira, "sem qualquer pronunciamento da Proteção Civil", escreve o JN.

A festa teve lugar na Tapada da Ajuda, nos terrenos do Instituto Superior de Agronomia, presidido por António Brito.

Segundo este, perante a "autorização legal" da câmara, o evento foi realizado. "Tínhamos várias festas e impedimos todas que não contestaram. Se nos tivessem pedido com base no mesmo parecer da Câmara teríamos autorizado", diz ao jornal.

António Brito reitera que "as condições atmosféricas, de segurança e logísticas estavam garantidas, nunca autorizaríamos se não tivessem. Cumprimos as regras definidas pela Proteção Civil. No momento que recebemos autorização para a realização desse evento autorizamos", esclarece.

A festa, que foi durante a noite, ocorreu "na presença de bombeiros e polícia", confirmou.

Ao Expresso, Ângelo Pereira referiu que estes eventos “não dependem da autorização da CML”.

O que aconteceu, diz, foi que “o parecer técnico prestado no âmbito das competências dos serviços municipais permitiu a realização” da festa, que, reitera o vereador, teve presença de bombeiros e polícia “para garantir a normalidade prevista, como se veio a demonstrar”.

“Portanto, à semelhança das exceções concedidas a outros eventos como casamentos e batizados sem margem de alteração, também este evento cumpriu todos os requisitos de segurança”, cita o semanário.

O estado de alerta, prolongado devido ao risco de incêndio, previa a proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem.