Como tem sido tradição, o último dia da campanha do Bloco de Esquerda em legislativas foi dedicado em exclusivo ao Porto, onde esta tarde se realizou a habitual arruada na Rua de Santa Catarina, no coração portuense, à qual se juntaram as principais caras do partido.

“O PS tem alimentado a ambiguidade nestas eleições e mesmo agora nos últimos dias diz que está a equacionar um acordo de cavalheiros com o PSD. Quem quer uma maioria à esquerda, quem quer uma maioria pelo salário, pela pensão, sabe que o voto é o voto no BE”, apelou, em declarações aos jornalistas.

Segundo Catarina Martins, o voto no seu partido é aquele que “afasta a direita e constrói soluções para o país” e é aquele que “ganha porque é o voto que derrota André Ventura”.

“Lembro-me bem, em 2015 também nos diziam que estava tudo decidido. E sabem que mais? Não estava porque quem votou foi dar força ao BE e fomos capazes de uma solução contra a austeridade que afastou a direita”, recordou.

Na perspetiva da líder bloquista, “o voto no BE vai ser o voto que vai impedir acordos de centrão e que vai dar uma maioria à esquerda”.

"Todas as sondagens dizem que estamos a disputar o terceiro lugar e portanto sabemos que se o BE for essa terceira força política em Portugal, então sim, vencemos a direita, vencemos a extrema-direita e ganhamos a possibilidade de uma maioria à esquerda mais exigente, que não esqueça as pensões, que não esqueça os salários, que não esqueça a saúde, a educação, a habitação e o clima", afirmou, quando questionada sobre as sondagens.

Confrontada com as declarações de António Costa, que garantiu que se for reconduzido no cargo de primeiro-ministro fará “um combate sem tréguas” contra a precariedade laboral, Catarina Martins contrapôs que a "força à esquerda é que vai determinar se há ou não luta contra a precariedade".

"Já vimos no passado as promessas do PS a ficarem na gaveta quando pôde apoiar-se na direita. Para que isso não volte a acontecer, para que haja uma força à esquerda que seja determinante e os compromissos sejam para valer, o que conta é a força do Bloco", defendeu.

Sobre se já tinha falado com António Costa durante esta campanha, a líder do BE respondeu: "até debati com ele e foi importante porque lhe disse e continuo a dizer 'aqui estamos no dia seguinte para uma solução exigente para Portugal'".